São Paulo, quarta-feira, 29 de janeiro de 1997 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Portuguesa revida por patrocinador
ARNALDO RIBEIRO
O acordo, firmado em 14 de janeiro, foi rescindido cinco dias depois porque o meia-lateral Zé Roberto, que iria para a Lazio, já havia assinado um pré-contrato com o Real Madrid (Espanha). A Portuguesa montou uma grande estratégia na tentativa de anular esse pré-contrato já registrado na Federação Espanhola. "Se conseguirmos isso, voltam as negociações com a Cragnotti e Partners", disse Manuel Pacheco, presidente do clube paulista. O primeiro ato foi prorrogar o contrato do atleta por um ano. Aliciamento A segunda etapa é tentar demonstrar que Zé Roberto foi aliciado pelo empresário Juan Figer e por Mário Carvalho, conselheiro vitalício da Portuguesa, a assinar o compromisso com o Real Madrid. O jogador registrou em cartório uma declaração que comprova o aliciamento. Zé Roberto diz que não sabe que documentos assinou. O jogador recebeu um cheque de R$ 51.950,00 em nome de Gustavo Raimundo Pintos Giordano como adiantamento. Esse cheque, não depositado, também consta da documentação da Portuguesa. Outro elemento para provar a conduta supostamente aliciadora de Figer e Carvalho é uma declaração registrada nos nomes do zagueiro Emerson e do meia Rodrigo. Eles dizem que a dupla tentou induzi-los a assinar documentos para uma transferência à Europa. Possuidor dos documentos, Pacheco irá pedir a expulsão de Mário Carvalho do Conselho Deliberativo do clube e o cancelamento do registro de Juan Figer na Fifa. Também na Fifa, auxiliada por um advogado italiano, a Portuguesa irá processar o Real Madrid por perdas e danos, exigindo uma indenização de US$ 5,1 milhões. Outro lado Juan Figer, por sua vez, não teme a ofensiva da Portuguesa. Segundo ele, o clube havia concordado em negociar Zé Roberto com o Real Madrid por US$ 6 milhões. Ele entende que o caso será decidido mesmo pela Fifa, que arbitraria o preço do passe de Zé Roberto. Quanto a Mário Carvalho, ele alega que Zé Roberto sabia que a Portuguesa queria vendê-lo ao Real quando assinou o pré-contrato com o clube espanhol. "Não acredito que eles obtenham sucesso. Seria aberto um precedente muito perigoso, e os clubes ficariam a mercê dos empresários. A Portuguesa está levantando uma bandeira que é de todos os clubes", disse Pacheco. Texto Anterior: Plano prevê minicampo no Maracanã Próximo Texto: Clube calcula prejuízo em US$ 12 milhões Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |