São Paulo, quarta-feira, 29 de janeiro de 1997
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Vadim encontra o futuro

MARCELO REZENDE
DA REPORTAGEM LOCAL

O desenhista Jean-Claude Forrest criou o enredo da história em quadrinhos e seu personagem. O cineasta Roger Vadim criou a mulher, o striptease espacial e o tom de inocência de Jane Fonda em "Barbarella" (Telecine, 0h40), de 1967.
Realizado no auge do movimento psicodélico, o filme mostra história da agente Barbarella, que, no ano 40000, tem que voltar para a Terra e descobrir o inventor dos raios positrônicos.
Criação de Forrest (também o autor dos cenários para Vadim), "Barbarella" está menos no território da ficção-científica e mais, na verdade, imerso no puro delírio.
Vadim, o cineasta das musas por excelência, faz de "Barbarella" uma lembrança de George Méliès (1877-1961), o criador, ainda no início do cinema, da idéia de que a fantasia se impõe à imagem meramente documental.
"Barbarella" não mascara a realidade e nem ilude tentando prever o estado do nosso futuro. Seus efeitos são quase toscos, pequenas brincadeiras com tapetes de veludo ou telas de TV.
Vadim pode não ter sido um gênio cinematográfico -e, verdade, esteve sempre muito distante disso-, mas é da sua falta de pretensão, de uma inabilidade em filmar com clareza que "Barbarella" tira sua força. E se mantém, 30 anos depois, ainda atraente.
(MR)

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