São Paulo, quarta-feira, 29 de janeiro de 1997
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Fontes incluem argentinos

JOSÉ GERALDO COUTO
ESPECIAL PARA A FOLHA

Nem só de escritores nativos se alimenta o cinema nacional. Três filmes em preparação são baseados em contos de autores argentinos: dois deles de Julio Cortázar e um de Silvina Ocampo.
"A Hora Mágica", que Guilherme de Almeida Prado começa a rodar em março próximo, é uma adaptação de "Cambio de Luces" (do livro "Alguém Que Anda por Aí").
No conto, Cortázar narra a história de amor entre um ator de radionovelas e uma ouvinte que se apaixona por sua voz. Almeida Prado transpôs a ação dos anos 40 na Argentina para os anos 50 em São Paulo.
"Minha adaptação procura ser fiel ao clima de Julio Cortázar, mas tive que inventar personagens e tramas que não existiam no texto original", diz Almeida Prado, que comprou por R$ 52 mil os direitos de "Cambio de Luces" junto à viúva do escritor argentino, Aurora Bernardez.
Outro cineasta paulista, Roberto Gervitz, prepara uma versão cinematográfica do conto "Manuscrito Encontrado en un Bolsillo" (do livro "Octaedro"), pelo qual pagará R$ 60 mil à viúva de Cortázar.
No roteiro, o diretor transportou a história, que se passa no metrô de Paris, para o metrô de Buenos Aires. A trama é a mesma: um homem inventa um complexo jogo baseado no acaso para encontrar a mulher ideal.
Gervitz, que busca co-produção internacional para seu filme, está trabalhando com o título provisório "Underground Game", da tradução americana do conto.
"A equipe incluirá atores e técnicos brasileiros, mas prefiro que o filme seja falado em espanhol", afirma o cineasta.
Carlos Hugo Christensen, argentino radicado no Brasil, vai filmar o conto "A Casa de Açúcar", de Silvina Ocampo (1906-93), grande escritora que foi mulher de Adolfo Bioy Casares.
(JGC)

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