São Paulo, quinta-feira, 30 de janeiro de 1997
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Tíquete tem novas regras

SHIRLEY EMERICK
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Os bares e restaurantes terão que devolver troco para toda compra que for feita com tíquete-refeição.
A partir de hoje, quando o valor do tíquete for superior ao valor da refeição ou da compra, o estabelecimento comercial terá que entregar ao consumidor um vale no valor da diferença.
Esse vale, porém, só será aceito pelo próprio estabelecimento que o emitiu. Assim, se o tíquete for de R$ 10 e a refeição custar R$ 7,50, o restaurante terá que dar um vale de R$ 2,50 para o trabalhador. Está proibido o pagamento do troco em dinheiro.
Essa exigência foi incluída no PAT (Programa de Alimentação do Trabalhador), cuja nova versão foi publicada ontem no "Diário Oficial" da União.
O ministro do Trabalho, Paulo Paiva, disse que essa mudança foi feita para ajudar a combater o mercado paralelo de tíquetes.
Com a redução da inflação, os tíquetes passaram a ter seu poder de compra por mais tempo. Por isso, começaram a ser mais negociados, com desconto, mudando de mãos como uma espécie de moeda.
Contribuía para isso o fato de, em muitos estabelecimentos, os caixas se negarem a dar o troco em compras com tíquete. Isso estimulava pessoas a negociar seus tíquetes, em vez de usá-los na sua verdadeira finalidade.
Cartão eletrônico
O governo também fez outras alterações. As empresas poderão também usar, a partir de agora, cartão magnético ou eletrônico no lugar do talão de papel.
Foi criada uma comissão com representantes de governo, empresários e trabalhadores, que terá entre seus objetivos aperfeiçoar o sistema para transformar o tíquete em cartão eletrônico.
As empresas de tíquetes terão 90 dias para se recadastrar. Elas terão novo registro da Secretaria de Segurança e Saúde no Trabalho.
Os bares, restaurantes e padarias que operam com tíquetes também terão que fazer recadastramento. Em 180 dias, eles deverão renovar o cadastro junto às empresas de tíquetes, que estão obrigadas a fazer a verificação dos dados prestados.
O reembolso das empresas aos estabelecimentos comerciais só poderá ser feito por meio de depósito bancário.
Segundo o ministro, isso vai possibilitar ao governo acompanhar de perto a movimentação dos tíquetes no comércio, facilitando a fiscalização.
Ele afirmou que essas mudanças são o primeiro passo para autorizar uma negociação mais flexível entre patrões e empregados sobre o tíquete.
A intenção do governo é que trabalhadores e empresários estabeleçam nos acordos coletivos se ajuda à alimentação vai ser paga em dinheiro ou em tíquete.

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