São Paulo, quinta-feira, 30 de janeiro de 1997
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Sindicalistas aprovam a ação

CLAUDIA GONÇALVES
DA REPORTAGEM LOCAL

Vicente Paulo da Silva, o Vicentinho, presidente da CUT, -cujos 2.385 sindicatos filiados reúnem 18 milhões de trabalhadores- acha positiva a iniciativa da CNI, mas ressalta que o empresariado precisa investir mais na segurança.
"Os acidentes de trabalho, principalmente na construção civil, são como uma guerra".
Vicentinho denuncia que quando uma empresa possui um "cipeiro" (funcionário responsável pela adoção da medidas de segurança da Cipa) muito atuante, ele corre o risco de perder o emprego.
Para Luiz Antonio de Medeiros, presidente da Força Sindical -entidade que congrega 600 sindicatos e representa 8 milhões de trabalhadores- toda a campanha que vise combater os acidentes de trabalho é bem-vinda.
"É positivo difundir a informação. Mas quando a CNI lança uma campanha, ela costuma colocar a culpa pelos acidentes no trabalhador. A grande culpa é dos ambientes de trabalho insalubres e não do funcionário."
Medeiros espera que a nova campanha obrigue as empresas a instalarem dispositivos de segurança em suas máquinas.
"Tem que olhar os dois lados: orientar o trabalhador e melhorar as máquinas."
O sindicalista acredita que o Brasil tenha caído para 10º no ranking mundial de acidentes de trabalho por causa de mudanças na legislação, que disfarçam os números.
Antes de 1976, quando se deu a mudança a que Medeiros se refere, a legislação determinava que o trabalhador acidentado passaria a receber assistência médica da Previdência Social a partir do dia seguinte ao do acidente.
Hoje, a empresa paga pelos primeiros 15 dias de assistência e, depois desse prazo, a responsabilidade é da Previdência.
Segundo Carlos Aparecido Clemente, vice-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Osasco, essa alteração na lei levou ao crescimento de 79% do número de acidentes sub-registrados, ou seja, aqueles que não são registrados oficialmente.

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