São Paulo, sexta-feira, 31 de janeiro de 1997
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Comando político usa 'caderninho branco'

DENISE MADUEÑO
AUGUSTO GAZIR

DENISE MADUEÑO; AUGUSTO GAZIR
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Para garantir a eleição do líder do PMDB, Michel Temer (SP), à presidência da Câmara na próxima semana, o governo acionou todo o comando político da reeleição.
O comando, formado por líderes de partidos da base de sustentação do governo e ministros, funcionou na busca de votos dos deputados para aprovar a reeleição.
Ontem, o comando abriu o "caderninho branco" para Temer. Nome dado pelos governistas ao caderno com as anotações dos possíveis votos dos parlamentares.
O caderninho tem o nome de cada deputado e sua posição com relação à votação. Nele, os parlamentares são classificados nas categorias de "favoráveis", "em dúvida" e "contrários".
Na primeira reunião realizada ontem na casa do presidente da Câmara, Luís Eduardo Magalhães (PFL-BA), os governistas listaram os nomes dos deputados que serão alvo da busca de votos.
"Com a análise, nós saberemos quem abordar", disse o líder do governo na Câmara, Benito Gama (PFL-BA). Os ministros Sérgio Motta (Comunicações) e Luiz Carlos Santos (Assuntos Políticos) participaram da reunião.
Logo pela manhã, Luiz Carlos Santos havia se reunido com deputados do PTB para contar os votos do partido para Temer.
"Ele (Temer) já deve ter 21 dos 23 votos do PTB. Vamos tentar convencer a todos", afirmou Roberto Jefferson (PTB-RJ), após a reunião com Santos no Planalto.
Para Jefferson, Temer merece todo o apoio do governo. "Ele foi corajoso ao enfrentar a convenção de seu partido e aprovar a reeleição. Estou do lado dele", disse, com um adesivo da campanha de Temer colado no paletó.
O PTB quer indicar o deputado Nelson Trad (MS) para segundo vice-presidente da Câmara.
Sobre a formação do novo bloco na Câmara com o PSDB, Jefferson afirmou que um dos motivos que levou o PTB a romper com o PFL e se juntar aos tucanos foi o episódio Pedrinho Abrão (PTB-GO), acusado de corrupção no Orçamento e ameaçado de cassação.

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