São Paulo, sexta-feira, 31 de janeiro de 1997
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Líder no Pontal afirma ser perseguido e teme assassinato

EDMILSON ZANETTI
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SÃO JOSÉ DO RIO PRETO

O principal líder do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) na região do Pontal do Paranapanema (extremo oeste de São Paulo), José Rainha Jr., passou a adotar, a partir de ontem, medidas de segurança pessoal. "Receio ser morto", disse.
Rainha desmarcou uma série de compromissos que estavam agendados para ontem, como o encontro com o bispo auxiliar de Assis (460 km a oeste de São Paulo), d. Eugênio Rixer.
O encontro seria realizado na cidade de Rancharia (539 km a oeste de São Paulo), para discutir os tiros disparados em frente à fazenda Concórdia, localizada no município de Tarabai.
Perseguição
O líder do MST diz que tem sido perseguido pelos mesmos carros, todas as vezes em que se dirige a um acampamento de trabalhadores rurais, desde a semana passada.
Um dos veículos, segundo ele, seria uma camionete D-20 vermelha, com placas de uma cidade do Mato Grosso do Sul.
Rainha diz não ter seguranças, embora ande sempre acompanhado de pelo menos duas pessoas do movimento.
"Meu principal segurança é meu filho, de dois anos", afirma o líder dos sem-terra.
Apreensão de armas
Os promotores Gilson Sidney Amancio de Souza e Valdemir Ferreira Pavarina pediram, em ofício à Delegacia Seccional de Presidente Prudente (558 km a oeste de São Paulo), que as armas utilizadas nos disparos feitos na fazenda Concórdia sejam apreendidas enquanto durar o inquérito.
O delegado de Tarabai, Adalberto Gonini, que preside o inquérito, ouviria ontem no início da noite o dono da fazenda Concórdia, Guilherme Prata.
Prata foi quem comandou os disparos para dispersar os sem-terra durante tentativa de invasão.
O MST e a UDR (União Democrática Ruralista) aguardam para hoje a chegada de uma comissão de deputados designada pela presidência da Câmara para acompanhar a situação no Pontal do Paranapanema.

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