São Paulo, quinta-feira, 2 de outubro de 1997 |
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Presidente defende austeridade
AUGUTO GAZIR; GUSTAVO PATÚ
"Creio que, se há algo que rende votos -essa é a novidade- é dizer: 'Eu não vou gastar"', disse o presidente, candidato à reeleição. FHC citou resistências até do governador Mário Covas (SP), que abriu uma crise no PSDB ao desistir da reeleição. O presidente falou sobre a dificuldade de convencer governadores a privatizar bancos estaduais, em especial o Banespa. "O governo de São Paulo e a Assembléia podem resistir a isso." Mas emendou: "Por sorte, o governador finalmente compreendeu que era necessário". FHC discursou em espanhol para empresários chilenos e brasileiros. Preocupou-se em esclarecer que as contas públicas, deficitárias, dizem respeito não só à União, mas a Estados e municípios. Prometeu manter em 98 o mesmo aperto nas contas promovido até aqui. "Não devemos encarar 98 como, em consequência das eleições, um ano de diminuição do controle. Pelo contrário." "Essa política de austeridade é a única que faz bem ao povo. O povo sabe disso porque sente depois que não há inflação", completou. Ele voltou a cobrar a aprovação das reformas pelo Congresso para resolver a crise fiscal. FHC elogiou o Senado por ter cortado privilégios previstos na reforma da Previdência aprovada na Câmara. "Espero que os deputados mudem de opinião", disse. O texto aprovado no Senado voltará à Câmara. O presidente criticou a criação de municípios no país. "Temos mais de 5.000. Não sei quantos são, porque se criam municípios como se fosse a primavera. Brotam municípios. Mas, na primavera, depois vêm as flores. Com os municípios, não: vêm as dívidas." Depois, em audiência com empresários brasileiros, foi mais incisivo ao falar de gastos e reformas: "Tenho a impressão de que, muitas vezes, o Congresso não percebe a dimensão das decisões que está tomando ou não." (AG e GP) Texto Anterior: FHC rechaça hegemonia mundial dos EUA Próximo Texto: A conspiração Índice |
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