São Paulo, quinta-feira, 2 de outubro de 1997
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Motorista usa várias táticas e chega mais cedo pela faixa 3

André Rocha vai trabalhar de ônibus fretado ou metrô

MARCELO OLIVEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

O assistente de importação André Luiz da Cruz Rocha, 26, aprovou, ontem, em teste realizado com a reportagem da Folha, a "faixa três"-reversível e exclusiva para trânsito de carros com três ou mais ocupantes, instalada no contrafluxo da Radial Leste (sentido bairro-centro). Mas ele deverá continuar indo e voltando de ônibus para o trabalho.
Morador do conjunto Teotônio Vilela, em Sapopemba (zona sudeste de SP), ele gastou uma hora entre sua casa e o escritório onde trabalha, na avenida Paulista, zona sudoeste (leia ao lado).
Além da "faixa três", ele usou também caminhos alternativos entre sua casa e a Radial Leste, de Sapopemba ao Tatuapé e entre o Glicério (centro), ao sair da Radial, e o local de trabalho.
Apesar da aprovação da "faixa três", Rocha vai continuar usando o ônibus fretado que vinha usando desde o começo do rodízio para ir e voltar do trabalho.
Na volta, à noite, quando não há "faixa três", Rocha gastou 1h25 entre o escritório e sua casa, usando o mesmo caminho.
Ele vê duas dificuldades para voltar a usar o carro diariamente: lotar o veículo com mais duas pessoas que tenham os mesmos horários e destinos, além do estresse.
"No meu trabalho, não tem ninguém que more perto de casa. No ônibus você vai lendo, não toma fechada e relaxa. No carro é o contrário -é só estresse."
Depois de chegar à sua casa, às 19h30, Rocha disse que voltaria a usar o carro se a CET diminuísse o limite mínimo da "faixa três" de três para dois passageiros.
Ontem, o índice de adesão (porcentagem de carros com três passageiros ou mais) à "faixa três" continuou baixo -29%, igual ao de anteontem.
Táticas diferentes
Fugir do estresse, aliás, tem sido o objetivo de Rocha desde que começou a trabalhar na Paulista.
Antes do rodízio, Rocha saía de casa mais cedo para evitar o trânsito. "Saía às 6h e chegava às 6h40, mas ficava 1h20 parado lá dentro. Às 16h, o trabalho já não rendia."
Com o tempo, resolveu deixar o carro na estação Tatuapé do metrô e seguir o restante de condução. "Chegou o rodízio, começou o caos do metrô, que fica lotado demais. Nessa época eu desisti. Foi quando optei pelo fretado, pois estava gastando só 10 minutos a mais na ida e 20 na volta."
Atualmente, Rocha só usa o carro às sextas, para um compromisso "importantíssimo" -o futebol com os amigos. "Ainda assim, estaciono o carro no Tatuapé."

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