São Paulo, quinta-feira, 2 de outubro de 1997
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Enterro de capitão reúne mil pessoas

DA REPORTAGEM LOCAL

Cerca de mil pessoas compareceram ontem de manhã ao enterro do capitão da Polícia Militar Edson Teixeira, 37, no Mausoléu dos Heróis da PM, no cemitério do Araçá (região central de SP).
Teixeira foi assassinado na noite de segunda-feira, na Vila Matilde (zona sudeste de São Paulo), supostamente por dois ladrões que tentaram roubar o Fiat Tipo onde ele estava com a delegada Vanderlene Suedy Bossan, que lhe havia dado uma carona.
Ele era comandante da 2ª Companhia do 8º Batalhão da PM, responsável pelo policiamento da Vila Carrão (zona sudeste).
Toda a cúpula recém-empossada da Polícia Militar compareceu ao enterro de Teixeira.
O comandante-geral, Carlos Alberto de Camargo, o sub-comandante, José Carlos Bononi, e o chefe do Comando de Policiamento Metropolitano, Valdir Suzano, ajudaram a carregar o caixão até a sepultura.
Camargo ficou com os olhos cheios de lágrimas ao entregar a bandeira do Brasil que cobria o caixão à mulher de Teixeira, Eliana Teixeira, e aos dois filhos dele, Bruna, 8, e Danilo, 6.
"Ele era um grande oficial e merece todas essas homenagens, mas não podia ter morrido desta maneira estúpida", declarou.
O corpo de Teixeira foi velado desde a tarde de anteontem na sede do 8º Batalhão, no Tatuapé.
Ontem de manhã, o corpo foi transportado até o cemitério do Araçá em um caminhão aberto do Corpo de Bombeiros.
Seguido por cerca de cem carros, a maioria da PM, o cortejo chegou por volta das 11h, uma hora depois do previsto.
Atraso
O atraso foi causado pela mãe de Teixeira, Diva, que passou mal e precisou ser levada ao Hospital do Tatuapé, o mesmo onde seu filho morreu.
O cortejo prejudicou o trânsito na região do cemitério, que já estava lento devido à chuva.
Também compareceram ao enterro os deputados estaduais Roberval Conte Lopes (PPB) e Ubiratan Guimarães (PSD), ambos capitães da reserva da PM.
Teixeira foi enterrado com todas as honras de policial morto em combate, como missa rezada pelo capelão e salva de 21 tiros.
"Quero incentivar essa solidariedade entre os policiais demonstrada no enterro. Cada policial tem que sentir como se alguém da família tivesse morrido", afirmou Camargo.
Até ontem à noite, os assassinos não haviam sido identificados. A delegada Vanderlene deve ser ouvida amanhã.

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