São Paulo, sexta-feira, 3 de outubro de 1997
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Nota fiscal manual pode ser proibida

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O secretário da Receita Federal, Everardo Maciel, disse ontem que o governo pretende proibir a emissão de notas fiscais preenchidas manualmente.
A idéia, segundo ele, é obrigar todas as empresas a fazer a emissão em terminais de computador ou máquinas especiais.
O objetivo dessa mudança é facilitar a fiscalização e o controle da arrecadação, dificultando a sonegação, explicou o secretário.
A medida, que ainda não tem data para entrar em vigor, já está sendo discutida no Confaz (Conselho de Administração Fazendária) e também com os outros países do Mercosul (Argentina, Uruguai e Paraguai), o Chile e a Bolívia.
O assunto foi tema de uma reunião entre os secretários da Receita dos seis países realizada na última sexta-feira em Buenos Aires. Também participaram do encontro os secretários estaduais de Fazenda dos Estados do Rio Grande do Sul, Bahia, Ceará e Distrito Federal.
A participação dos Estados na discussão do novo procedimento é importante, segundo Maciel, porque eles têm mais experiência da cobrança de impostos "no varejo" do que o governo federal.
Mas, na opinião de Everardo Maciel, é "indispensável" a automatização do preenchimento das notas fiscais.
Corregedoria
Ontem, o governo autorizou a criação da Corregedoria Geral da Receita. O objetivo é investigar fiscais e puni-los quando comprovado que cometeram irregularidade.
A criação do órgão se deu por meio do decreto 2.331, assinado pelo vice-presidente, Marco Maciel, e publicado na edição de ontem do "Diário Oficial da União". Deverá entrar em funcionamento dentro de 30 dias.
A corregedoria vai substituir a atual Coordenação Geral de Auditoria e Correção. Seu titular terá mandato de três anos, podendo ser prorrogado. Não poderá ser afastado do cargo nesse período.
A principal função dos corregedores será a análise de denúncias de contribuintes sobre irregularidades e atos de indisciplina cometidos por fiscais da Receita.
Segundo Maciel, o "favorito" para ocupar o cargo de corregedor-geral é José Oleskovicz, coordenador de Auditoria e Correção.
Maciel também afirmou que, desde 1995, cerca de 50 funcionários da Receita foram demitidos por causa de irregularidades. A maioria deles se aproveitou do cargo para cobrar propinas.

Texto Anterior: Enron trará energia da Argentina
Próximo Texto: Tarifa pública pressiona os preços em SP
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.