São Paulo, sexta-feira, 3 de outubro de 1997
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Empresários rejeitam acordo só para sócios

SÉRGIO LÍRIO
DA REPORTAGEM LOCAL

A proposta dos metalúrgicos da Força Sindical, de negociar um acordo coletivo apenas para os sócios de seus sindicatos, não deve resistir nem à primeira rodada de negociação com as empresas.
Ontem, empresários dos setores de fundição e de máquinas, os primeiros a iniciar negociações com os metalúrgicos, rejeitaram oficialmente a proposta.
Segundo Ariovaldo Lunardi, que representa o setor de máquinas, a intenção dos empresários é garantir a extensão do acordo para todos os trabalhadores.
"Acho que a idéia é um erro de leitura da Força Sindical. A Constituição garante a liberdade sindical e o direito de o trabalhador optar entre ser ou não sindicalizado."
A intenção de negociar somente para os sócios é um dos pontos da pauta de reivindicações dos metalúrgicos da Força.
A proposta foi aprovada em assembléia pelos 49 sindicatos de metalúrgicos ligados à central no Estado. O objetivo é estimular a sindicalização dos trabalhadores.
Se a idéia fosse aceita pelos empresários, cerca de 400 mil dos 700 mil metalúrgicos da base da Força em São Paulo seriam excluídos da convenção.
Para eles, passariam a valer as garantias trabalhistas que constam da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), que são piores do que as do acordo coletivo.
O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, diz que a proposta faz parte de uma mudança de cultura do sindicalismo brasileiro. Para ele, com a tendência de o Imposto Sindical acabar, é justo que os sindicatos negociem apenas em nome de quem contribui para sua manutenção.
A questão é que o imposto, que equivale a um dia de trabalho por ano, ainda é cobrado. Em 97, pela primeira vez, os metalúrgicos de São Paulo irão devolvê-lo aos trabalhadores.

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