São Paulo, sexta-feira, 3 de outubro de 1997 |
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O futebol reclama mudanças
RENATO DUPRAT FILHO
Com o processo de globalização em todas as áreas, não poderia o esporte mais popular do Brasil ficar estagnado e indiferente às mudanças que estão ocorrendo muito rapidamente. A necessidade de alterações é clara. Nesse processo, as necessidades financeira e administrativa já empurram clubes e entidades para a contratação de executivos bem remunerados e competentes, o que por si só mostra o cunho empresarial, competitivo, com regras definidas. São Paulo, nos últimos anos, tem procurado organizar competições modernas e rentáveis, claro que ainda longe da perfeição. A lei Pelé nasce para isso, com capítulos a serem discutidos e até modificados, como as associações de árbitros, o voto unitário e a lei do passe, que talvez mereçam alguns toques. Será que ter muitas associações de árbitros trará benefícios para a arbitragem? Quanto ao voto unitário, será que o Palmeiras tem o mesmo peso que o "Tiririca da Serra"? A lei do passe, esse sim um assunto bem debatido por todas as partes integrantes, já é uma realidade mundial. A lei deve ser criada para proteger os interessados, que são os clubes, os atletas e as entidades, ou seja, todos os segmentos que fazem o esporte. Nessa hora, a divergência pode ser o caminho para a convergência, com moderação e bom senso. A radicalização não fortalece o esporte. Vivemos um bom momento no aspecto técnico do futebol, reconhecido mundialmente, e temos obrigação de estendê-lo à área administrativa, que reclama mudanças e modernidade, reestruturação imediata, com a lei Pelé ou não. O momento exige diálogo, sem posições extremadas, para que não se torne uma queda de braços, que não leva a lugar algum, pois todos nós que amamos o futebol sofreríamos as consequências. A modernização, a globalização e o entendimento, neste momento, são as pilastras para o sucesso e consagração da lei Pelé. Texto Anterior: Em Belo Horizonte Próximo Texto: Anteontem Índice |
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