São Paulo, domingo, 5 de outubro de 1997
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Brasileiro faz vestibular na Williams

JOSÉ HENRIQUE MARIANTE
DA REPORTAGEM LOCAL

Ricardo Zonta, piloto brasileiro que conquistou o título do Campeonato Internacional de F-3.000, no último fim-de-semana, na Itália, foi convidado para fazer um teste na equipe Williams.
O poderoso time inglês deverá promover um "vestibular" de pista até o final desta temporada com cinco ou seis jovens talentos. O objetivo é escolher um piloto de testes para o próximo ano.
Zonta, que já cumpre função parecida na Jordan, será um dos candidatos no concurso, que ainda não tem data definida.
Sistema semelhante a Prost Grand Prix utilizou na metade da temporada para definir o substituto do francês Olivier Panis, que sofreu sério acidente no GP do Canadá, fraturando as duas pernas.
O escolhido acabou sendo o italiano Jarno Trulli, pupilo de Flavio Briatore, então na Minardi. Trulli voltou ao banco de reservas no último fim-de-semana, em Nurburgring. Mas impressionou a equipe, principalmente pelo desempenho no GP da Áustria, onde chegou a liderar a corrida. E já é o favorito para ocupar a segunda vaga da equipe francesa em 1998.
O status de "primeira opção" dado aos pilotos de testes vem alterando a importância da função, antes tida como algo depreciativo.
Até o final dos 80, alguns pilotos, como o italiano Nicola Larini, eram estigmatizados pelo cargo -Larini sempre fora o "test driver" número um da Ferrari.
Quase todas as atuais estrelas da F-1 alcançaram a categoria sendo piloto de testes. O finlandês Mika Hakkinen, na McLaren, os britânicos David Coulthard e Damon Hill, na Williams, são exemplos.
Até as mais recentes revelações seguiram a trilha, casos de Giancarlo Fisichella (Itália), que começou no ano passado testando para a Minardi, e do austríaco Alexander Wurz, que, nesta temporada, foi o exemplo máximo dessa nova dinâmica. Substituiu o compatriota Gerhard Berger, afastado por problemas de saúde, por três GPs e acabou contratado como piloto titular para a próxima temporada.
Outra equipe que já demonstrou interesse por Ricardo Zonta foi a McLaren. Ron Dennis, chefe da equipe, fez contatos com o empresário do piloto brasileiro, Geraldo Rodrigues, há algumas semanas.
Não seria a primeira experiência de Zonta com a Mercedes, fornecedora de motores da McLaren. No ano passado, participou de algumas etapas do Internacional de Turismo com o time da fábrica.
Nenhum desses convites deve garantir em contrato titularidade a Zonta em 98 ou mesmo em 99. Mas, no momento atual da F-1, não existem alternativas melhores.

Texto Anterior: Brasil inaugura hoje set cronometrado
Próximo Texto: Governo desafia ciência e abriga 2001 na pior época
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.