São Paulo, domingo, 5 de outubro de 1997
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Sala de ginástica pesa mais que cozinha

FREE-LANCE PARA A FOLHA

O mercado imobiliário começa a abrir os olhos para um nicho que, segundo corretores ouvidos pela Folha, tem aumentado a cada dia: mulheres que moram sozinhas.
Apartamentos de um e dois dormitórios, com infra-estrutura de lazer (principalmente sala de ginástica) e serviços (central telefônica, lavanderia e arrumadeiras), são os imóveis que elas preferem.
Para Álvaro Costa, 43, diretor da imobiliária Fernandez Mera, as mulheres podem ser consideradas o público-alvo dos residenciais com serviço. Ele diz que elas já representam, no mínimo, 50% das vendas desses apartamentos.
Paloma Ermogenes, 44, corretora da imobiliária Exclusiva, diz que essa preferência está ligada ao modo de vida delas. "São mulheres muito independentes, que trabalham o dia todo e não querem se preocupar com as tarefas domésticas ou com uma empregada."
Segundo a corretora Christina Carvalho Zanalli, ao contrário do esperado, as mulheres também não dão importância para o tamanho da cozinha. "A distribuição dos cômodos e o tamanho dos quartos são as prioridades."
Pelo menos 10% de suas vendas são para mulheres que querem morar sozinhas. Segundo a corretora, elas normalmente pagam à vista. Os preços dos imóveis são em torno de R$ 200 mil.
Locação
Mesmo quando o assunto é locação, o público feminino tem um imóvel específico: apartamento, nunca casa, com exceção para as vilas, e na faixa de R$ 700.
Maria Guilhon e Sá, gerente de locação da imobiliária Pacheco Imóveis, afirma que a procura é sempre por apartamentos com um ou dois dormitórios em bairros mais próximos da região central.
"Mulheres sozinhas ou que alugam para dividir com amigas ou colegas representam entre 10% e 15% dos negócios fechados."

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