São Paulo, segunda-feira, 6 de outubro de 1997 |
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João Paulo 2º se despede do Brasil após missa para 2 milhões de fiéis
DA SUCURSAL DO RIO; DOS ENVIADOS ESPECIAIS AO RIO Entre 1,7 milhão e 2 milhões de pessoas participaram ontem da missa campal celebrada pelo papa João Paulo 2º no Aterro do Flamengo, na zona sul do Rio.A estimativa de público é da Polícia Militar e de Péricles de Barros, diretor-geral da missa, ligado à Arquidiocese do Rio. A missa no aterro foi o último grande evento de público da terceira visita do papa João Paulo 2º ao Brasil. O papa deixou o país de volta a Roma a bordo de um avião MD-11 da Varig às 19h02. Partiu da Base Aérea do Galeão. No seu pronunciamento de despedida, de 21 linhas, lido com a voz muito pausada, o papa agradeceu a seus anfitriões e afirmou: "Na minha memória ficarão para sempre gravadas as manifestações de entusiasmo e de profunda piedade deste povo generoso da terra de Santa Cruz". Uma pequena recepção estava montada para a despedida na pista do aeroporto. Cerca de 400 crianças, desta vez predominantemente de escolas públicas cariocas, aguardavam a chegada do helicóptero que o trouxe do 3º Comar (Comando Aéreo Regional), no centro. Um grupo de 31 convidados -que incluía o ex-jogador, Zico, o comediante Renato Aragão e a escritora Rachel de Queiroz- também se despediu do papa. O vice-presidente da República, Marco Maciel, representou o presidente Fernando Henrique Cardoso, que viajara à tarde para São Paulo. Maciel não falou. Às 18h24, depois de subir com dificuldade a escada de 22 degraus que dava acesso à porta da primeira classe do avião, João Paulo 2º acenou demoradamente, enquanto as crianças, na pista, gritavam em uníssono: "Papa, eu te amo". Doação D. Eugenio Sales, cardeal-arcebispo do Rio, revelou, logo depois do embarque, que o papa havia feito uma doação em dinheiro às pessoas que participaram de sua segurança pessoal no Rio, mas que estas decidiram doar a quantia, não revelada pelo cardeal, a instituições de caridade. Antes de sair da casa da Arquidiocese do Rio, no Sumaré (zona norte), o papa fez questão de cumprimentar os motoristas que participaram da comitiva e também tirou fotos com os batedores. Megaevento A missa campal de ontem no Aterro do Flamengo foi um megaevento do catolicismo. Reuniu 500 bispos e 17 cardeais, três corais, uma orquestra e o cantor Roberto Carlos. Durante o evento, o papa João Paulo 2º retomou a defesa de valores familiares e condenou o divórcio e a infidelidade conjugal. Pregando o Evangelho, o papa disse que, após o casamento, homem e mulher se transformam "na mesma carne". Assim, "o que Deus uniu, o homem não pode separar". Ao chegar ao local da missa, às 8h53, o papa foi informado por sua assessoria de que naquele instante já o aguardava 1,5 milhão de pessoas. Comentou que seria uma das maiores missas de seu sacerdócio. Em termos de público, mas também em duração. A missa se prolongou por quase três horas. LEIA MAIS sobre o último dia do papa no Brasil nas págs. 1-6 e 1-11 Texto Anterior: A Folha de ontem na opinião do leitor Próximo Texto: Despesa será divulgada dia 15 Índice |
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