São Paulo, segunda-feira, 6 de outubro de 1997
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Veja os locais que Renato Russo cantou

LUÍS PEREZ
ENVIADO ESPECIAL A BRASÍLIA

Uma data que poucos querem lembrar. Sábado, dia 11, faz um ano que morreu Renato Manfredini Junior, o Renato Russo, líder da banda brasiliense Legião Urbana.
Isso mesmo. Ele fazia questão de frisar que a banda havia se originado na cidade -e não faltam menções a ela nas letras.
Algumas são sutis, como o Parque da Cidade -que, a princípio, parece um parque qualquer, genérico-, outras escancaram, como Ceilândia, Planaltina, rodoviária, entre outras.
Mesmo fãs assumidos da banda não conhecem boa parte dos lugares por onde passou Renato Russo, um carioca que chegou a Brasília aos 11 anos, em 1971, filho de um funcionário do Banco do Brasil e de uma professora de inglês.
A Folha resolveu elaborar uma espécie de "roteiro Renato Russo" por Brasília, para mostrar a leitores como Frederico Morato Nery, 18, presidente do fã-clube Conexão Urbana e vocalista de uma banda cover da Legião, lugares que ele cita em letras.
Nenhuma festa, nenhuma comemoração entre fãs-clubes. "Não há nada para ser lembrado nesse dia. Se a gente pudesse, tiraria do calendário", afirma Nery, que conheceu a banda em 1994, quando ela lançava o disco "O Descobrimento do Brasil".
A idéia de fundar um fã-clube começou dez anos atrás, ainda na época de "Que País É Este".
Nery gostou da idéia do roteiro. Segundo ele, é uma boa forma de homenagem ao ídolo. "No mais, pelo que conheço do Renato, a melhor forma de homenagem é o silêncio."
Ele critica jornalistas que, segundo ele, foram duros com Russo. "Precisou morrer para que o reconhecessem como gênio. Primeiro diziam que 'Via Láctea' era repetitiva. Depois disseram que era um marco, que ele mostrava toda a sensibilidade do momento."
Essa mesma sensibilidade ele mostrou logo no início da carreira como jornalista -curso que não chegou a concluir.
Quando foi fazer um teste para trabalhar na rádio Planalto FM, de Brasília, em vez de anunciar "a próxima música", anunciou a próxima "canção".
O chefe o contratou, dizendo que só poderia ser alguém de grande sensibilidade. "Só que ele largou o jornalismo em 20 dias", conta o jornalista Geraldinho Vieira, 38, amigo de Russo.
Os dois trabalharam juntos no "Jornal da Feira", do Ministério da Agricultura. Hoje é difícil não andar pelas ruas de Brasília sem cantarolar músicas da Legião.

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