São Paulo, segunda-feira, 6 de outubro de 1997
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Demi Moore veste farda em "Até o Limite da Honra"

ADRIANE GRAU
DA ENVIADA ESPECIAL A LOS ANGELES

Corpo de soldado, disciplina de soldado e jeito de soldado garantiram à atriz Demi Moore o único papel em que seu corpo malhado pode ser bem aproveitado.
Em "Até o Limite da Honra" ela interpreta a primeira mulher aceita pela elite da Marinha dos EUA. No filme e na vida real, 60% dos candidatos falham em completar o que é conhecido como o mais exigente e mais cruel treinamento do mundo militar.
O enredo desenvolvido pela roteirista Danielle Alexandra se inspirou em polêmicas recentes envolvendo aceitação de mulheres em tropas de combate americanas. O filme estreou nos EUA na mesma semana em que a primeira classe a aceitar mulheres no Instituto Militar de Virginia foi saudada com 30 ratazanas mortas pelos colegas homens veteranos.
A trama do filme envolve politicagens da feminista e inescrupulosa senadora Lilian DeHaven, interpretada com precisão por Anne Bancroft.
Há um pouco de amor na relação entre G.I. Jane e seu namorado, que passam idílicos fins de tarde fumando charutos e bebendo uísque na varanda, ambos vestidos com roupa de baixo branco-militar. E a poesia de D.H. Lawrence inspira o temível comandante-chefe. "Nunca vi um ser selvagem com pena de si mesmo", é a citação que dá o tom do filme.
Apesar de tantos detalhes melosos, "Até o Limite da Honra" promove o velho chavão que prega que mulheres têm que agir como homens para serem aceitas no mundo deles.

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