São Paulo, segunda-feira, 6 de outubro de 1997
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Fundação na Bolívia prepara eventos para homenagear 'Che'

Peregrinação marca o aniversário da morte

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Milhares de pessoas deverão realizar na Bolívia uma peregrinação de 55 quilômetros na próxima quarta-feira até a localidade de La Higuera (1.275 km a sudeste de La Paz), onde o guerrilheiro Ernesto "Che" Guevara foi morto pelo Exército da Bolívia há 30 anos.
Estão previstas as presenças de Adolfo Perez Esquivel (ganhador do Prêmio Nobel da Paz de 1980), Danielle Mitterrand (viúva do presidente francês François Mitterrand), do escritor uruguaio Eduardo Galeano e de outras personalidades, segundo o boliviano Osvaldo Peredo, presidente da Fundação Ernesto Guevara.
Peredo afirmou que até o próximo dia 11 serão realizados seminários, exposições fotográficas, palestras e diversos outros eventos culturais comemorativos.
Mito distante
Trinta anos após sua morte na Bolívia, Ernesto "Che" Guevara é visto pelos jovens de sua terra natal, a Argentina, mais como um herói romântico, segundo pesquisadores e sociólogos.
Convertido em um ídolo pop, que serve de ilustração para chaveiros e outras mercadorias, o líder revolucionário é desconhecido como argentino por 47,8% dos jovens, segundo o instituto de pesquisa Germano y Giacobbe: 45,2% não souberam dizer onde ele nasceu, 0,8% disseram que ele é chileno e 2,8% afirmaram que ele é cubano.
O filósofo argentino Ricardo Forster afirma que a imagem de "Che" é associada pela maior parte dos jovens "à busca da justiça e à necessidade de uma ética em um contexto totalmente dominado pela corrupção".

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