São Paulo, segunda-feira, 6 de outubro de 1997
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Viva de brisa em Porto de Galinhas

JOYCE PASCOWITCH
COLUNISTA DA FOLHA

Conseguir ir à praia no primeiro dia do ano, olhar para um lado, olhar para o outro -e não ver ninguém. Sim, isso ainda é possível -e ainda em Porto de Galinhas.
Claro que tal proeza não acontece no trecho da praia em frente à antiga vila de pescadores -agora reduto da juventude dourada do Recife. Mas, um pouco fora de registro, tudo ainda é possível por lá.
O mar ainda é de um verde-azul raramente visto no Brasil. Arrecifes garantem a ausência de tubarões e permitem um banho melhor do que o da banheira de casa, cheia de sais.
O melhor pedaço da praia é Muro Alto -só se chega de buggy. O pontal de Maracaípe é do outro lado -e merece um passeio de barco, parece uma coisa meio Vietnã.
O aluguel de um buggy -cerca de R$ 60 por dia- é ótimo investimento, já que com ele se chega também ao outeiro, a única igrejinha da região, plantada no alto de um morro. A vista e o caminho para chegar lá valem tudo.
Porto de Galinhas é uma coisa bem próxima da idéia de como o mundo poderia ser -pelo menos três meses por ano, durante o verão. Sol eterno, uma brisa que dispensa qualquer ar-refrigerado, praias maravilhosas e um marzão que não está no mapa.
Mas, se você quiser ir à Bahia, tudo bem. Embora os nativos disputem turista a tapas, quem fica por lá agradece outras preferências: única maneira, aliás, de o pedaço se manter acima de qualquer onda.

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