São Paulo, quarta-feira, 8 de outubro de 1997
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Conselho vai definir se mantém punição

Órgão baiano suspendeu auditor

FREDERICO VASCONCELOS
DA REPORTAGEM LOCAL

O CFC (Conselho Federal de Contabilidade) vai julgar em novembro o recurso contra as punições aplicadas pelo Conselho Regional de Contabilidade da Bahia ao auditor do Econômico, Durval Costa Millan, da Ernst & Young, e Melchiades Ribeiro de Almeida, ex-contador do banco.
O anúncio foi feito ontem pelo presidente do CFC, José Maria Mendes, à Folha, um dia depois da publicação de reportagem sobre a impunidade das firmas de auditoria. Mendes foi procurado durante um mês para informar os desdobramentos das investigações do Econômico e do Nacional, não tendo atendido aos telefonemas do jornal nesse período.
"É muito difícil o conselho federal mudar uma posição de primeira instância, e o processo está muito bem instruído. O rito processual está perfeito", disse Mendes.
Millan e Almeida foram suspensos por prazo indeterminado em processos ético e disciplinar julgados na Bahia em fevereiro e março de 96. Houve impugnação da decisão, por suposta quebra de sigilo.
O conselho da Bahia encontra-se sob intervenção do CFC, por alegada má administração da diretoria anterior. Fernando José Villas Boas, afastado da vice-presidência do conselho, foi um dos relatores do processo contra Costa Millan e atribui a intervenção às divergências sobre o caso do Econômico.
Mendes disse que não há relação entre o Econômico e a intervenção e nega sofrer pressões. Os recursos que serão julgados foram apresentados ao conselho baiano em maio de 96. A sindicância que motivou a intervenção foi simultânea ao julgamento de Millan e de Almeida.
Sem apelação
O presidente do Conselho Regional de Contabilidade do Rio, Adilson Votto Braga, confirmou que a sindicância recomendou o arquivamento do processo aberto contra Marco Aurélio Maciel, da KPMG, que auditava o Nacional.
O processo foi sigiloso e seu resultado não foi divulgado, na ocasião, pela entidade. Agora, segundo Braga, não cabe mais recurso.
"Estranhamos que ninguém tivesse nos procurado, mas não cabia ao conselho sair dizendo à imprensa que o processo havia sido arquivado", disse.
A decisão do conselho carioca deve ser uma peça de defesa no processo criminal contra Maciel.
Lino Campion, sócio da KPMG, disse que "o organismo que tem condições de julgar é o Conselho Regional de Contabilidade do Rio, e o conselho arquivou o processo".
Braga disse que o conselho ainda não terminou o julgamento dos contadores do Nacional.

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