São Paulo, quarta-feira, 8 de outubro de 1997
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Coronel da PM do Rio diz que mais mortes vão ocorrer

SERGIO TORRES
DA SUCURSAL DO RIO

Comandante do batalhão da Polícia Militar que matou 11 suspeitos em menos de 48 horas, o coronel Marcos Paes, 46, disse à Folha que novas mortes vão acontecer nas favelas policiadas pelos homens que chefia.
"Certamente vão ocorrer (mais mortes), porque eles (os suspeitos) não vão se entregar", afirmou Paes, 46.
À frente do 3º BPM, no Méier (zona norte), desde quinta-feira passada, Paes previu uma rotina violenta na região.
"Diante da periculosidade da área e dos próprios 'marginais', eu acredito que vão ocorrer novos enfrentamentos", afirmou.
A presença de Paes no comando do batalhão do Méier começou a ser notada no dia da posse, quando cinco supostos traficantes da favela do Rato Molhado foram mortos a tiros por PMs.
No sábado de manhã, na favela Águia de Ouro, mais seis suspeitos foram mortos por PMs do 3º BPM.
Paes disse que só há uma possibilidade de seus homens não atirarem contra supostos criminosos.
"Se eles estiverem armados e não reagirem à voz de prisão, serão presos. Já tivemos um caso no Jacarezinho", disse.
Para o comandante -promovido por bravura ao posto de coronel pelo secretário estadual da Segurança Pública, general Nilton Cerqueira-, a polícia tem que reagir.
"Não podemos ser recebidos a tiros sem dar um tiro ao menos. Temos que atirar. Se acertarmos, é obra do acaso", afirmou.
O comandante citou favelas dominadas por criminosos: Jacarezinho, Caixa D'Água, Engenho da Rainha, do Guarda, Águia de Ouro, Rato Molhado, Cachoeirinha, Gambá, Gambazinho e Amor. Paes afirmou que moradores das favelas telefonam para pedir ajuda.
"A população liga para meu gabinete. 'Coronel, o senhor tem que entrar aqui no Jacarezinho. Os traficantes estão matando pessoas inocentes aqui dentro"', disse.

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