São Paulo, quarta-feira, 8 de outubro de 1997
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Anhenser-Busch negocia com o Cade participação na Antarctica

ALEX RIBEIRO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A Anhenser-Busch, proprietária da marca de cerveja Budweiser, negocia com o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica, órgão de defesa da concorrência do Ministério da Justiça) a ampliação de sua participação acionária na Antarctica.
Essa é uma das alternativas em estudo para que o órgão possa reavaliar decisão de julho passado que determina o fim da associação entre as duas cervejarias dentro de dois anos.
Os termos finais do acordo entre as cervejarias e o Cade ainda não estão prontos, mas já foi traçado seu princípio básico: as empresas vão ter que oferecer alguma compensação aos consumidores pelos prejuízos que a associação causará à concorrência.
A associação é considerada prejudicial porque inibe a entrada direta da Anhenser-Busch no mercado brasileiro, já que a Antarctica assume a produção e distribuição da marca Budweiser.
Os benefícios aos consumidores exigidos pelo Cade podem ocorrer, basicamente, de duas formas: com a melhoria da qualidade dos produtos oferecidos ou pela redução dos preços.
Investimentos
Para cumpri-los, a Anhenser-Busch e a Antarctica estão traçando um programa de investimentos que deverá ampliar a eficiência das indústrias.
O acordo deverá prever injeção de recursos da Anhenser-Busch, maior cervejaria do mundo, na Antarctica.
Pela avaliação de conselheiros do Cade, feita de forma reservada, a Antarctica teve um pequeno poder de barganha ao negociar seu contrato com a Anhenser-Busch, em dezembro de 96.
A capacidade ociosa da cervejaria brasileira era muito grande e havia a ameaça de a Anhenser-Busch entrar diretamente no mercado.
Diante da rejeição do contrato pelo Cade, a Antarctica teria poder ampliado para exigir maior presença de capital da Anhenser-Busch.
Uma das formas em estudo é aumentar sua participação acionária na cervejaria brasileira, hoje restrita a 5%.
A relatora do caso, conselheira Lúcia Helena Salgado, esperava fechar ontem os termos do acordo com as cervejarias. Mas foi concedido prazo de mais uma semana para as empresas estudarem melhor a proposta.
Com esse acordo, as cervejarias poderão se beneficiar de resolução interna do Cade que autoriza revisão de casos julgados sempre que as empresas envolvidas apresentem fatos novos.
Para ser prorrogada por 20 anos, como querem as empresas, a nova proposta deverá ser submetida antes aos demais membros do Cade.

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