São Paulo, quinta-feira, 9 de outubro de 1997
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Trimestre terá obras aceleradas

MAURÍCIO RUDNER HUERTAS
DA REPORTAGEM LOCAL

A Prefeitura de São Paulo reservou os três últimos meses do ano para acelerar os serviços e obras antienchente na cidade.
Segundo administradores regionais consultados pela Folha, essa ação emergencial pode se mostrar eficiente na limpeza de bueiros e galerias, mas há deficiências que se tornarão evidentes após o início da temporada de chuvas.
Até o fim de setembro, a prefeitura investiu apenas 32,44% do valor previsto no Orçamento de 97 para a conservação e limpeza de galerias, canais e córregos.
A conservação e limpeza de bueiros e bocas-de-lobo consumiram outros 36% do valor previsto.
Mais baixo do que os gastos com os serviços de manutenção só mesmo os investimentos em obras preventivas.
A prefeitura aplicou 0,3% da verba disponível para a construção de pequenas galerias e a manutenção de córregos já canalizados.
Segundo a vereadora Aldaíza Sposati (PT), a zona leste é a região mais afetada com o corte de gastos.
"Nem mesmo os recursos externos que a prefeitura recebeu para as obras de contenção de enchentes foram aplicados corretamente", diz o Adriano Diogo (PT).
Segundo a bancada petista, foram investidos apenas 30,16% dos R$ 225,19 milhões previstos.
"Dos sete piscinões prometidos por Pitta, apenas um, no córrego Aricanduva (zona sudeste), vai estar funcionando até o fim do ano", afirma Diogo.
As empreiteiras que prestam serviços de limpeza de córregos e manutenção de praças e áreas verdes para a prefeitura reclamam do corte de recursos para o setor.
"Demitimos 2.000 funcionários neste ano e vamos dispensar o dobro (de um total de 5.000) se a prefeitura continuar economizando na manutenção da cidade", diz o empresário Arnaldo Tonani Jr.
"Não adianta nada o prefeito lembrar que nós existimos depois que o problema tiver estourado."
Segundo Tonani, a prefeitura reduziu desde julho os gastos mensais com a limpeza de córregos de R$ 5 milhões para R$ 3 milhões.
No caso da conservação de praças e parques, o contrato encerra nesta semana e as empresas não recebem há um mês. "Se em 15 dias a prefeitura não repassar R$ 2 milhões, seremos obrigados a demitir os funcionários."
A informação oficial da prefeitura é que nenhum serviço essencial ao município foi interrompido.

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