São Paulo, quinta-feira, 9 de outubro de 1997
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Pitta volta a cortar verbas de fura-fila e projeto Cingapura

Marcos de campanha perderam, no total, R$ 15,4 mi

ROGÉRIO GENTILE
DA REPORTAGEM LOCAL

O prefeito de São Paulo, Celso Pitta, voltou a fazer cortes nas verbas de duas das suas principais bandeiras de campanha: ontem, o fura-fila perdeu 20% (R$ 10 milhões) e o projeto Cingapura, 1,2% (R$ 5,4 milhões).
O fura-fila (novo modelo de transporte baseado em um trólebus biarticulado) já havia perdido R$ 30 milhões de uma verba inicial orçada em R$ 50 milhões.
Os R$ 10 milhões retirados ontem serão utilizados para o pagamento de empresas de ônibus.
Até agora, não foi investido no sistema nenhum centavo da verba prevista no Orçamento de 1997.
Segundo a prefeitura, os recursos puderam ser remanejados porque as obras da primeira linha (Sacomã/parque Dom Pedro) serão iniciadas em 98 -com entrega prevista para setembro.
Entretanto, em setembro de 1996, nas vésperas da eleição de Pitta, o ex-prefeito Paulo Maluf anunciou que seriam investidos R$ 300 milhões no fura-fila em 97.
Posteriormente, a verba orçamentária foi reduzida pelos vereadores para R$ 50 milhões.
No Cingapura (projeto de verticalização de favelas), a prefeitura pretendia gastar R$ 450 milhões. Até agora, contudo, foram aplicados menos de R$ 80 milhões.
Pitta já havia retirado R$ 12 milhões das verbas previstas para o projeto. Ontem, cortou mais R$ 5,4 milhões, que vão para a Cohab (empresa municipal).
No caso do Cingapura, por causa da crise financeira da prefeitura (que deve para empreiteiras, cooperativas de saúde etc.), o ritmo das obras teve de ser diminuído. Prédios que poderiam ser iniciados neste ano ficaram para 1998.
O secretário municipal da Habitação, Lair Krahenbuhl, diz que os recursos retirados do Cingapura foram para investimentos em moradias populares da Cohab (projetos de mutirão).
Segundo ele, houve uma readequação nos recursos por causa das dificuldades momentâneas de caixa. "Mas já estamos engatando a terceira (marcha)", afirmou.

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