São Paulo, quinta-feira, 9 de outubro de 1997
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Caçamba estava levantada, diz testemunha

ANDRÉ MUGGIATI
DA REPORTAGEM LOCAL

A caçamba do caminhão que se chocou contra uma passarela anteontem na via Dutra já estava levantada antes do acidente, segundo o motorista de ônibus Ademir da Silva Gaspar, 44.
Gaspar dirigia um ônibus da viação Tupã, que foi ultrapassado pelo caminhão cerca de 300 m antes do local do acidente.
O choque do caminhão com a passarela matou sete pessoas e feriu 20. "Eu segui atrás dele dando sinal de luz para avisar que a caçamba estava levantada, mas acho que ele não percebeu", disse.
Segundo o motorista, o caminhão estava a cerca de 60 quilômetros por hora no momento em que aconteceu o acidente.
"Estava garoando e a visibilidade era baixa, por isso não dava para correr mais", afirmou.
Gaspar disse que ainda pensou em ultrapassar o caminhão para avisar que a caçamba estava levantada. Nesse momento, o cobrador Pedro Gomes da Silva, que estava com ele, teria visto a passarela e avisado Gaspar, que começou a frear o ônibus, evitando se envolver no acidente.
Gaspar disse que ainda ia começar a trabalhar e, por isso, o ônibus não tinha passageiros.
O motorista e o cobrador prestaram depoimento ontem no 3º DP de Guarulhos (Grande São Paulo), que investiga o caso.
Eles disseram que, devido à garoa, não puderam ver o motorista do caminhão que causou o acidente. Eles também não viram o motorista fugir após o choque.
O perito do Instituto de Criminalística de Guarulhos José de Alencar Lacerda Silva disse ontem que o mecanismo que levanta a caçamba do caminhão estava totalmente acionado na hora do acidente.
Silva afirmou que a perícia vai estudar se uma falha mecânica acionou o mecanismo ou se a caçamba estava levantada por negligência do motorista.
O delegado titular do 3º DP de Guarulhos, Antônio Martins, esperou até as 18h de ontem que o dono do caminhão, o empresário Devanir Marques, e o motorista causador do acidente, identificado apenas como Ivan, se apresentassem no distrito.
O advogado dos dois, Manoel Teixeira Mendes Filho, havia ligado anteontem para o DP afirmando que compareceria ontem com os seus clientes.
Às 17h, o advogado telefonou para o delegado e marcou um encontro para as 11h de hoje. Ele não garantiu que seus clientes se apresentarão. A polícia também não havia procurado os acusados até as 18h de ontem. "Estávamos esperando que eles viessem espontaneamente." Às 18h, Martins pediu ao delegado seccional de Santo André, Francisco de Miguel, que investigasse o paradeiro do empresário e do motorista.

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