São Paulo, quinta-feira, 9 de outubro de 1997
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Futuro é promissor

DA REDAÇÃO

No primeiro encontro da série "Entreviste os profissionais", do Fovest 98, cinco pessoas ligadas às diversas áreas de atuação dos profissionais de turismo responderam a um verdadeiro interrogatório.
Celia Marcondes Ferraz, diretora da Academia Universidade de Serviços da Accor Brasil Hotelaria, Janos "Hans" Stromfeld, consultor da Raisen Reisebürg Operadora Turística Ltda., Luiz Gonzaga Godoi Trigo, gerente corporativo do Centro de Educação em Turismo e Hotelaria do Senac de São Paulo, Mauricio Lino de Almeida, diretor da Pisa Trekking Viagens e Turismo Ltda., e Neusa de Amorin Saraiva, coordenadora do curso de pós-graduação em gestão de negócios de hotelaria da Faap/Maksoud, falaram sobre o mercado de trabalho e suas áreas de atuação, entre outros assuntos ligados ao turismo.
Abaixo reproduzimos os melhores momentos do encontro.
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Luciana, 17 - Atualmente o mercado de trabalho em turismo é ocupado, em sua maioria, por profissionais sem formação acadêmica na área. Futuramente isso pode mudar?
Celia - O quadro já está mudando, porque as empresas, os hotéis, estão buscando profissionais generalistas, que não só sejam capazes de executar uma tarefa operacional, mas que tenham uma visão do mercado, do cliente, e que saibam administrar os recursos financeiros. Tenho certeza que todas essas qualidades têm uma relação direta com aquilo que se aprende nas faculdades. E isso, sem dúvida, vai abrir muitas possibilidades para aqueles que têm curso superior, independentemente se é de turismo ou se é o curso de administração de empresas da GV. Eu acho que o futuro de vocês é extremamente promissor no segmento.
Maíra Ferreira, 17 - O que o mercado de trabalho exige como formação profissional? (Para todos)
Luiz - A parte técnica operacional, evidentemente, mas isso você vai aprender na faculdade. É preciso ter conhecimentos sólidos humanistas: pode ser filosofia, geografia, história, sociologia, ou antropologia. Um outro bloco de exigências: inglês, informática, criatividade, capacidade de resolver, minimizar ou evitar problemas. E, finalmente: ética.
Celia - Vou dar a visão daquilo que a gente faz no Grupo Accor. Independentemente de onde venha o nosso profissional, consideramos extremamente importante que ele faça estágios operacionais, quer dizer, conheça a operação no campo, tenha contato direto com o cliente. Para ser chefe, deve ter passado pelo menos algum tempo desempenhando funções operacionais. Consideramos que isso é vital para o sucesso desse profissional.
Alexandre Henrique Souza, 19 - Como está o campo de trabalho para o recém-formado em hotelaria e qual a média salarial? (Para Luiz)
Luiz - Há uma variação salarial muito grande. Você tem desde pessoas que trabalham em hotéis menores, hotéis familiares, que ganham R$ 500, até pessoas que chegam a ganhar um salário topo, de gerente geral, por exemplo, entre R$ 8.000 e R$ 9.000.
Fernando Henrique de Sousa, 17 - É realmente necessário um curso superior de turismo para ser um guia? (Para Maurício)
Maurício - Não, não é. Para ser um guia você precisa fazer um curso de guia, que não é de nível superior. O que ainda é uma coisa nova, é o guia de ecoturismo. Então, muitas agências não exigem que a pessoa tenha o curso de guia, porque quase ninguém é formado em guia, muito menos guia de ecoturismo. Acho que precisam ser criados cursos de ecoturismo com pessoas capacitadas para dar esse curso, porque há muita gente interessada.
Ana Lúcia Maccari, 27 - Dentre as faculdades particulares de turismo de São Paulo, quais você indicaria? (para Luiz)
Luiz - Faculdade Anhembi Morumbi, a Bandeirantes é boa. O "Guia do Estudante", da Editora Abril, apresentou o seguinte: a USP é melhor, é pública. Depois vem a PUC-Campinas, a Anhembi Morumbi e a PUC-RS. Mas há outras, a Ibero-Americana tem um grupo de professores bons, o Senac vai ter um curso de tecnólogo em turismo.
Maíra Ferreira, 17 - Qual é a duração do curso de gestão de negócios hoteleiros da Faap? É um curso particular, qual é a mensalidade e a carga horária?
Neusa - O curso tem um ano e quatro meses de duração, duas vezes por semana, três horas e meia por dia, o preço é R$ 390,00 mensal e a carga horária é de 360 horas/ano. É graduação.
Paloma Cavalcanti, 16 - O problema da expansão do turismo é uma maior movimentação para uma campanha de marketing em nível nacional e internacional, ou a maior profissionalização dos atuantes no mercado?
Celia - Acho que é um pouco das duas coisas e mais uma série de outras. Só a campanha não resolve. Ela é importante para falar do país, das possibilidades de se fazer turismo dentro do Brasil, daquilo que a gente tem de bom, de interessante, de único. Agora, por outro lado, se houver apenas uma campanha, sem uma contrapartida de profissionalização de todos os segmentos que podem oferecer lazer para o turista, as campanhas seriam vazias, não é? Então, na verdade, as duas coisas têm de caminhar juntas, mas também não dá para esperar a total profissionalização para começar as campanhas em nível internacional.

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