São Paulo, sexta-feira, 10 de outubro de 1997
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

The Doors, 30, lança relíquias da banda

BIA ABRAMO
ESPECIAL PARA A FOLHA, EM LOS ANGELES

Novos e velhos fãs dos Doors têm motivos para comemorar outubro de 97. Três horas de versões inéditas, uma música "restaurada" e imagens raras chegam ao mercado norte-americano neste mês.
Três dos CDs de "The Doors Box Set" reúnem versões ao vivo -como uma apresentação em Miami de 1969 em que Jim Morrisson foi detido pela polícia por atentado ao pudor-, faixas de estúdio não aproveitadas nos discos oficiais e material de fitas demo da banda antes mesmo da entrada do guitarrista Robby Krieger.
Uma das principais atrações, entretanto, é "Orange County Suite". A música nunca foi finalizada e levou o tecladista Ray Manzarek, o baterista John Densmore e o guitarrista Robby Krieger ao estúdio para criar um novo arranjo em cima de uma gravação com os vocais e piano de Jim Morrison.
O quarto CD, com seleção das músicas favoritas de Manzarek, Densmore e Krieger, é a salvação para os que esperam os sucessos da banda em suas versões mais conhecidas. A caixa com quatro CDs e um livro com 80 fotos também inéditas chega às lojas dia 28.
"Nós achamos que seria uma boa idéia mostrar para os jovens fãs como uma banda famosa também cometeu seu erros, como trabalhávamos juntos", declarou Manzarek, na entrevista realizada anteontem, no Whisky a Go Go, o lendário clube de Los Angeles, situado numa esquina do não menos famoso Sunset Boulevard, onde tudo começou, 30 anos atrás.
A entrevista, transmitida ao vivo por uma rádio local, reuniu os três Doors remanescentes, o engenheiro de som Bruce Botnik, que produziu a caixa, e o ex-empresário Danny Sugerman.
A coletiva foi iniciada com a exibição do clipe de "Break on Through", que contém as últimas imagens de Jim Morrison, registradas durante apresentação dos Doors no festival da ilha de Wight, em 1970. Além desse clipe, o vídeo "The Best of The Doors", que será lançado em 21 de outubro, traz entrevistas para a TV, cenas de estúdio e takes domésticos.
Mas Jim Morrison, o performer mais incendiário dos anos 60, deve ter dado pulos em Paris, onde está enterrado, com uma declaração de Manzarek.
Para o tecladista da banda que atravessou três décadas como o símbolo do lado mais excessivo da contracultura, Morrison deveria ter se submetido ao programa dos 12 passos dos Alcoólicos Anônimos, se não tivesse vivido nos anos 60 e sim nos 90. E a essa altura estaria celebrando os 40 milhões de discos vendidos em todo mundo.
A presidente da Elektra entregou uma placa comemorativa a Densmore, Krieger e Manzarek.

Texto Anterior: Coluna Joyce Pascowitch
Próximo Texto: Leilão de fotos arrecada mais de R$ 41 mil
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.