São Paulo, sábado, 11 de outubro de 1997
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Pontos a esclarecer; Trilha sonora; Origem certa; Recursos para a educação; Intervenção draconiana; Liderança; Deixa; Espaço para a religião; Marco

Pontos a esclarecer
"O senhor coordenador de Comunicação Social do Ministério da Saúde declarou à Folha em 8/10 ('Painel do Leitor') que a Secretaria de Vigilância Sanitária inspecionou 304 unidades de hemoterapia em cinco meses -junho a setembro de 1997. Em nome da transparência que diz marcar aquele ministério, a população brasileira deveria ser esclarecida sobre os seguintes pontos.
1) Como foram possíveis tantas inspeções, em quatro e não em cinco meses, se o Programa de Inspeção estava paralisado? Isso está provado por ata de reunião do Ministério da Saúde de 15 de julho de 1997, assinada pela secretária de Vigilância Sanitária e mais quatro autoridades daquele ministério, de acordo com a Folha de 4/10.
2) Por meio de que 'transparência' será explicada a paralisia de outro importante programa para a saúde pública, o de inspeção dos laboratórios farmacêuticos?
3) Por que foi suspensa a portaria 57/97, que controlava o comércio dos medicamentos à base de retinóides, substâncias tão ou mais perigosas para o feto do que a própria talidomida?
4) Qual a justificativa para a suspensão da portaria 103/97, que restringia o uso de medicamentos redutores de apetite, que produzem lesões cardíacas e outras sérias reações?
5) Por que o Ministério da Saúde forneceu informações falsas à população sobre as fórmulas de medicamentos redutores de apetite existentes no Brasil e nos EUA?
6) É possível haver justificativa transparente para a suspensão da portaria 59/95, que controlava o vergonhoso comércio de megadoses de vitaminas e outros lixos terapêuticos importados como se fossem complementos nutricionais?
7) Por que foi ignorado o alerta da Organização Mundial da Saúde sobre a toxicidade dos medicamentos à base de lindano, presente nos medicamentos contra piolhos?"
Elisaldo A. Carlini, ex-secretário nacional de Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde (gestão de Adib Jatene), professor titular da Universidade Federal de São Paulo (São Paulo, SP)

Trilha sonora
"No dia 2 de setembro, o governo lançou por meio da rede internacional de televisão CNN a primeira campanha publicitária da história do turismo brasileiro.
A campanha é integrada por oito comerciais, sendo seis deles de autoria do cineasta Sérgio Bernardes. As trilhas sonoras dos vídeos elaborados por Bernardes foram compostas, sob encomenda, pelo maestro Guilherme Vaz.
A reportagem referente ao lançamento da campanha informou, no entanto, que as trilhas sonoras são de Villa Lobos e Carlos Gomes. As músicas dos dois grandes maestros brasileiros, adaptadas por César Camargo Mariano, foram utilizadas nos dois comerciais realizados pela cineasta Ângela Rodrigues Alves, que também fazem parte da campanha."
Wilson Teixeira Soares, coordenador de Comunicação Social da Embratur -Instituto Brasileiro de Turismo (Brasília, DF)

Origem certa
"Com relação à reportagem sobre auditoria publicada em 6/10, gostaríamos que fosse corrigida a informação a respeito da origem da Soteconti.
Os professores Paulino Baptista Conti, pai dos proprietários da Soteconti, e Frederico Herman Junior, ambos ex-secretários das Finanças de São Paulo nas décadas de 30 e 40, fundaram em 1936 essa sociedade.
Naquela ocasião, as multinacionais que atuavam no Brasil provavelmente mandavam os auditores dos seus países de origem para realizar os trabalhos nas filiais das empresas clientes deles.
A Soteconti não nasceu de funcionários que saíram de outras empresas nacionais ou internacionais de auditoria; muito pelo contrário, foi pioneira nessa atividade econômica no Brasil."
João Paulo Conti, da Soteconti Auditores Independentes S/C (São Paulo, SP)

Nota da Redação - Leia seção "Erramos" abaixo.

Recursos para a educação
"O secretário de Planejamento de São Paulo, sr. André Franco Montoro Filho, nos deve uma retratação pública. Depois de tentar se defender das nossas acusações de que o governo vem sonegando vultosos recursos da educação (7/10), agora foi obrigado a se curvar aos nossos argumentos.
O orçamento do Estado para 98 passou a incorporar na formação da base de incidência dos 30% obrigatórios para o ensino as transferências da União e os atrasos, multas e juros sobre impostos próprios pagos no exercício. Resultado: R$ 488 milhões voltam aos trilhos da educação pública.
Entretanto, a sonegação continua. Para o ano que vem o desfalque previsto ainda é de R$ 1,6 bilhão."
Cesar Callegari, deputado estadual pelo PSB-SP (São Paulo, SP)

Intervenção draconiana
"A respeito da reportagem 'Banespa tem novo diretor-presidente' (7/10), gostaríamos de contestar a interpretação de Raet como sendo uma 'espécie de intervenção mais branda'.
Os funcionários do Banespa estão há três anos sob a administração do Banco Central e podemos garantir que esse tipo de intervenção não tem nada de branda: a única preocupação dos interventores tem sido o fechamento de agências e a demissão de funcionários, não implementando qualquer política operacional para alavancar a instituição no mercado."
Paulo Salvador, secretário de Imprensa do Sindicato dos Bancários de São Paulo, seguem-se mais três assinaturas (Presidente Prudente, SP)

Liderança
"Quem é líder não se discute. Não adianta criticarem o papa. Eis a resposta: 2 milhões de pessoas no aterro do Flamengo.
Viva o papa, abaixo os invejosos."
Antonio Celso Palma (Campinas, SP)

Deixa
"O bispo Edir Macedo não é o 'diabo' até então pintado pela mídia.
Numa atitude corajosa e sem hipocrisias, admitiu que nenhuma mulher deseja ter um filho de um estuprador e que, se isso tem amparo legal, os evangélicos apóiam, obedientes que são também às leis dos homens.
Que tal se o papa João Paulo 2º aproveitasse essa deixa para aprender o que é amor cristão?"
Maria Thereza Homem de Mello (São Paulo, SP)

Espaço para a religião
"Desejo registrar minha admiração pela maneira frequente, séria e singela com que são tratados os assuntos religiosos neste jornal.
O mundo não pode e não deve permanecer escravo do materialismo."
Joseilson Ramos Brandão Agra (Petrolina, PE)

Marco
"Discutindo a validade da astrologia e mostrando como a ciência funciona (5/10), Marcelo Gleiser acrescentou um marco ao brilhante programa de divulgação científica da Folha."
Oswaldo Frota-Pessoa (São Paulo, SP)

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