São Paulo, domingo, 12 de outubro de 1997
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Estabilidade com Real ajuda crescimento

FÁTIMA FERNANDES
DA REPORTAGEM LOCAL

O Brasil está recuperando a capacidade de investimento de forma tranquila, numa economia com inflação baixa.
Essa é a grande boa notícia para o país, na análise de Josef Barat, sócio-diretor da AMR Editora, que publica o Boletim Indicadores Antecedentes.
Um desafio que o Brasil teve de enfrentar no passado, diz, foi o fato de o investimento sempre vir acompanhado do descontrole monetário. "Agora, existe muito mais tranquilidade para investir."
Para Barat, o que começa a se esboçar depois do Real é um novo ciclo de investimento, puxado, a partir deste ano, pelo setor de bens de capital.
"Estamos torcendo para que esse ciclo de desenvolvimento seja sustentado, de longo prazo, para proporcionar o aumento da renda e do emprego."
Até o momento, na sua análise, o governo brasileiro vive apreensivo em razão de o crescimento do consumo provocar aumento da im- Ficou em 6% ao ano a taxa média de crescimento do país entre 1880 a 1990 Crescimento de 2% foi registrado pelo país nos últimos 17 anos, em média portação e, consequentemente, do déficit comercial (importação maior do que exportação).
"Mas o cenário que se esboça daqui para a frente parece bem mais favorável."
A expectativa da indústria, diz, é crescer 4,5% neste ano. A previsão é que o PIB (Produto Interno Bruto) também cresça em torno desse percentual.
"Se mantido o plano de aprofundamento das reformas e de preservação do Real, o clima permanece otimista. Se bem administrado, as poucos o país vai alcançar um ritmo de crescimento sustentado."
Para Barat, o Brasil está iniciando esse novo ciclo de desenvolvimento econômico.
Crescimento
Para reforçar essa idéia, ele lembra que, de 1880 a 1990, ou seja, num período de cem anos, a taxa média anual de crescimento do país foi de 6%. E de 1947 a 1980 foi ainda maior, de 7%.
Nos últimos 17 anos, o quadro se inverteu. A taxa média de crescimento caiu para 2%. "Isso é uma tragédia para um país que tem população jovem."
A participação dos investimentos no PIB brasileiro também já foi muito maior. Dados do Ipea mostram que essa taxa subiu de 16% em 1996 para 17% neste ano. Mas ela já chegou a 24% na década de 70.
(FF)

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