São Paulo, domingo, 12 de outubro de 1997
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Opositora tenta bater linha-dura em NY

CLÁUDIA PIRES
DE NOVA YORK

As chances de a candidata democrata Ruth Messinger ser eleita nas eleições para a Prefeitura de Nova York em 4 de novembro ainda são mínimas, segundo pesquisas dos principais jornais e TVs de Nova York. De acordo com as pesquisas, o atual prefeito, Rudolph Giuliani, republicano, tem a preferência de mais de 50% do eleitorado.
Mesmo com poucas chances de virar o jogo nos próximos dias, a candidata democrata não tem poupado esforços de campanha para demonstrar que pode fazer uma administração melhor do que a do atual prefeito.
Apoio financeiro e político também não lhe faltam. Na semana passada, ela recebeu uma doação de US$ 250 mil do Partido Democrata, entregue pessoalmente pelo vice-presidente dos EUA, Al Gore.
Mas a principal arma do prefeito para vencer as próximas eleições dificilmente poderá ser combatida com doações. Rudolph Giuliani é um prefeito popular, que procura investir na imagem e em campanhas que tiveram bons efeitos sobre os nova-iorquinos, como a política de "tolerância zero", que diminuiu a criminalidade e aumentou a segurança nas ruas.
Debate
Na última quinta-feira, Messinger e Giuliani realizaram o primeiro debate em TV desde a oficialização de suas candidaturas.
Durante o debate, os dois candidatos procuraram mostrar que estão aptos a resolver todos os problemas da cidade, como o do excesso de crianças nas escolas públicas. "A superlotação das escolas é um problema grave e tem sido ignorado. Nós acreditamos que exista pelo menos US$ 1 bilhão em dinheiro público que poderia estar sendo aplicado nisso", disse a candidata durante o debate.
"Existe dinheiro suficiente nas escolas públicas. É preciso apenas reorganizá-las, diminuindo o número de alunos por sala de aula", rebateu o prefeito.
Mas o embate entre os dois candidatos tem passado da área política para a pessoal com muita frequência. Em seus últimos discursos e programas de TV, o prefeito atacou a candidata democrata, sugerindo que ela vai beneficiar apenas a comunidade judaica de Nova York, da qual Messinger faz parte.
O prefeito disse ainda que ela foi contra a retirada dos "sex shops" e casas de shows eróticos da região da Broadway em 1995.
Ruth Messinger negou as acusações e contra-atacou dizendo que a polícia da cidade tem usado métodos que ferem os direitos humanos para combater o crime e que Giuliani vem recebendo doações ilegais para sua campanha.
Messinger também acusa a prefeitura de ter feito corte de cerca de US$ 6 bilhões no Orçamento para a área de educação nos últimos quatro anos. "Esse dinheiro foi investido em outros setores. Qualquer um pode notar que a qualidade de vida em Nova York tem melhorado muito nos últimos anos", disse o prefeito no final do debate.

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