São Paulo, domingo, 12 de outubro de 1997
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Jóias da África

MARCELO ARRUDA; DORA LONGO BAHIA

Do deserto ao mar, a Namíbia oferece todos os tipos de paisagem e aventuras
POR MARCELO ARRUDA E DORA LONGO BAHIA
A Namíbia é um país pouco povoado -a capital, Windhoek, é o único lugar em que se vê gente nas ruas, o restante são estradas vazias ou povoados ao redor de postos de gasolina. Mas da mesma forma que esconde seu povo, expõe sua beleza natural até aos olhares menos perspicazes.
Colônia alemã até a Primeira Guerra Mundial, passando depois à administração da África do Sul, a Namíbia conseguiu sua independência só em 1990. A língua oficial é o inglês, falado por 2% da população, os demais habitantes se dividem entre mais de 15 dialetos.
A melhor opção para conhecer o país é alugar um carro em Windhoek e seguir em frente. Como há poucos povoamentos, é importante fazer um planejamento seguindo a rota dos postos de gasolina. No meio do nada, sob o sol escaldante (50º C às 12h), não se pode arriscar ficar parado por falta de combustível.
Dirigindo em direção ao sul do país, a primeira atração é Lüderitz, cidade que foi soterrada pela areia e já foi ponto de partida para Amir Klink atravessar o oceano Atlântico. Lüderitz fica na fronteira da zona de exploração de diamantes, onde turistas não são permitidos.
Sossusvlei, mais ao norte, é um oásis (quase sempre seco) que fica no meio do mais antigo deserto do mundo, que virou reserva, o Namib-Naukluff Park.
Atravessando o deserto, o que fica à vista é um mar de dunas vermelhas que alcançam mais de 300 m de altura. Veados e avestruzes estão sempre passeando pela paisagem e, quando há água -dizem que isso acontece a cada dez anos-, é possível ver flamingos cor-de-rosa ao redor dela. O horizonte de areia vermelha se estende por 75 km de largura e 150 km de comprimento.
Depois de enfrentar o deserto e o calor -em que o suor evapora-se imediatamente-, na costa leste da Namíbia, há um balneário. Swakopmund é a estação oficial da população local.
Apesar da praia e do mar que se oferecem, a água é tão gelada que muitas vezes fica impossível para as pessoas, mas não para as focas. Ao norte de Swakopmund, em Cape Cross, está uma das maiores colônias de focas do mundo.
Na Costa dos Esqueletos -um parque nacional que tem seu nome derivado do alto índice de naufrágios-, há vários restos de navios. Ainda mais ao norte, pode-se avistar uma floresta petrificada, na qual os troncos das árvores -de 260 milhões de anos- chegam a 30 m de comprimento e 6 m de circunferência.
Deixe por último o que sempre se espera do turismo na África: os safáris. Na Namíbia, ele não está totalmente controlado por guias ou agentes de viagem. É preciso permissão para entrar no Parque Nacional de Etosha, mas o roteiro pela savana e a observação dos animais é por sua conta, risco -e prazer. A melhor época para avistar leões, zebras, impalas e hienas é durante a seca de junho a agosto.

SERVIÇO South Africa Airlines (SAA): vôos de quintas a domingos. São Paulo a Windhoek, com paradas em Johanesburgo (África do Sul). Ida e Volta, US$ 1.537. Varig: vôos às terças para Johanesburgo, com conexão no dia seguinte para Windhoek, com Air Namíbia. Ida e volta US$ 1.554

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