São Paulo, segunda-feira, 13 de outubro de 1997
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Presidente governa com dificuldades

CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
DO ENVIADO ESPECIAL A BRASÍLIA

Apesar de o país estar apresentando em seu governo os melhores indicadores econômicos em quatro décadas, Bill Clinton tem enfrentado enormes dificuldades políticas para administrar os EUA.
Desde o início do seu terceiro ano no poder, seu partido, o Democrata, está em minoria no Congresso. Ele tem 207 das 435 cadeiras da Câmara, 45 das 100 no Senado e 17 dos 50 governos estaduais.
Nenhuma administração federal norte-americana, desde a de Richard Nixon (1969-1974), foi tão assediada por denúncias de corrupção como a atual.
Quatro promotores independentes foram nomeados pela secretária da Justiça, Janet Reno, para investigar escândalos na cúpula do governo e outros podem estar vindo por aí.
Assédio sexual
Clinton é o primeiro presidente da história a responder durante o mandato a ação judicial, a que a ex-funcionária pública Paula Jones lhe move, por assédio sexual.
Mas, apesar de tudo isso, Clinton foi eleito duas vezes presidente. É bem verdade que com menos da metade dos votos -43% em 1992 e 49% em 1996.
Levando-se em conta que dos eleitores habilitados votaram 55% em 1992 e 49% em 1996, Clinton foi eleito e reeleito por menos de 25% dos norte-americanos.
A relação do cidadão médio dos Estados Unidos com seu 42º presidente é muito ambígua.
Desde que ele se converteu em personagem nacional, na campanha de 1992, a opinião pública do país parece dizer a ele: "Não admiramos você, não confiamos em você, mas enquanto as coisas estiverem bem para nós, o deixaremos na Casa Branca".
Pesquisa
Veja a última pesquisa do Gallup sobre o mais recente escândalo envolvendo Clinton. Ela é típica dos últimos cinco anos: 25% dos entrevistados acreditam que Clinton fez algo ilegal no levantamento de fundos para a sua reeleição; 36% dizem que ele fez algo antiético, mas não ilegal; 31% afirmam que ele fez alguma coisa errada, mas não "seriamente" errada; 8% não têm opinião.
Em suma: ninguém o considera um modelo de homem público mas ninguém, tampouco, se incomoda muito com isso.
(CELS)

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