São Paulo, segunda-feira, 13 de outubro de 1997 |
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"Terra Estrangeira" estréia em Paris
MARIANE COMPARATO
O filme, dirigido por Walter Salles e Daniela Thomas, estreou na semana passada em três salas em Paris -o que, para um filme brasileiro, é um feito, ainda mais se uma das salas se chama Les Cinéastes, na qual diretores franceses escolhem que filme deve ser exibido. Todos os artigos falam do renascimento do cinema brasileiro, mesmo que, às vezes, o resultado tenha decepcionado. "A partir da segunda metade, o filme passa de um apaixonante testemunho de errantes para um pseudothriller sem interesse", escreve Sophie Benamon, crítica da revista de cinema mensal "Studio". A primeira semana de exibição não foi muito animadora: apenas 1.137 entradas foram vendidas. Jean-Michel Frodon, do "Le Monde", que dedicou um terço de página ao filme, acha que "Terre Lointaine" não fará muito sucesso entre o público. "No começo, o fato de ele ter sido filmado em preto-e-branco pode parecer uma escolha estética um pouco superficial, mas, à medida que o filme evolui, a homenagem ao filme 'noir' americano se torna compreensível e justifica a utilização do preto-e-branco", disse à Folha. A revista de cultura mais respeitada da França, "Les Inrockuptibles", dedicou duas páginas a um perfil de Walter Salles e não poupa elogios ao filme. "Ele marcou o fim de cinco anos de catatonia cinematográfica no Brasil." O segredo, segundo eles, é o fato de o filme estar tão perto da realidade vivida pelos brasileiros na época do confisco da poupança pelo governo de Fernando Collor. Jean-Michel Frodon completa: "Thomas e Salles inventam os errantes, porque não só os personagens estão um pouco perdidos, mas a própria construção do filme faz com que o espectador também fique perdido, pelo menos no começo, antes que os diferentes componentes da história se organizem". Texto Anterior: Evento em Santos exibe arte das cartas Próximo Texto: É o Tchan lança novo disco em Salvador Índice |
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