São Paulo, terça-feira, 14 de outubro de 1997
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Calor aumenta consumo de flor comestível

ROBERTO DE OLIVEIRA
DO ENVIADO A MORUNGABA (SP)

A primavera e a proximidade do verão ajudam a abrir o apetite do consumidor para os mais diversos tipos de saladas.
Embalados pelo crescimento da demanda, agricultores do Estado de São Paulo apostam na produção de flores comestíveis e verduras exóticas.
O produtor Renato Hauptmann, 58, da fazenda Santo Onofre, em Morungaba (110 km a norte de São Paulo), por exemplo, produz 22 variedades de alface, 5 de chicórias e 8 de flores comestíveis.
Entre as alfaces estão as variedades roxa e quatro estações. Calêndula e violeta, entre outras, são os destaques entre as flores.
Toda a sua produção é cultivada sem agrotóxicos em uma área de 10 ha. Para isso, ele produz cerca de 20 t/mês de húmus que mantém fértil suas hortas.
As sementes das flores são importadas dos EUA e da Europa. Depois de plantadas, as mudas de verduras e flores permanecem durante um período em estufas.
A fazenda produz por semana entre 40 mil e 45 mil pés de verduras e cerca de 3.000 unidades de flores por semana, que são comercializadas por meio da empresa Ciapar Agropecuária.
Haptmann tem 120 clientes espalhados pelas cidades de São Paulo, Porto Alegre, Belo Horizonte, Rio, Curitiba e interior paulista.
A maior parte da clientela é formada por restaurantes de hotéis e bufês. Também trabalha com supermercados das redes Pão de Açúcar e Sé. Ele inaugura hoje uma loja em São Paulo.
Antes de sair da fazenda, todos os produtos são lavados, pesados e embalados. As embalagens trazem informações, como a data de colheita e de validade dos alimentos, além do nome do produto.
Para formar sua clientela, o produtor conta que visitava restaurantes para saber o que estava faltando nas cozinhas.
"Os chefes passaram assim a visitar nossa produção", afirma Hauptmann. "E quem decide as compras em um restaurante é o chefe."
Dicas de preparo
O produtor Dirk Muller, 31, também está plantando flores comestíveis e verduras exóticas em Campo Limpo Paulista (45 km a norte de São Paulo).
Ele planta seis variedades de flores comestíveis, como flor-de-abóbora, minirrosas, calêndulas, amor-perfeito, capuzin e camomila, em uma área de 3 ha.
"O consumidor brasileiro está começando a descobrir esse tipo de alimento", diz Muller.
Segundo ele, durante a primavera e com a proximidade do verão, o consumo aumenta.
"A flor comestível é uma ótima opção para uma salada."
Além desse uso tradicional, as flores também são usadas como decoração de pratos.
A flor-de-abóbora pode ser consumida tanto frita como recheada com uma pasta feita com ervas ou outros produtos a gosto do consumidor.
Já da calêndula e da minirrosa são aproveitadas somente as pétalas. Não se deve comer o miolo, que é muito duro, diz o produtor.
Parte da produção é vendida por sua empresa, a Ervas Finas.
A outra parte segue para restaurantes, hotéis e bufês. Muller também trabalha com a rede Pão de Açúcar.
Desde 1994, quando ele começou a produzir flores comestíveis e verduras exóticas, Muller diz que sua produção está crescendo, em média, 100% ao ano.
(RO)

Onde encontrar : fazenda Santo Onofre, tel. (011) 408-7552 e (011) 258-6115. Ervas Finas, tel. (011) 7849-1054.

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