São Paulo, terça-feira, 14 de outubro de 1997 |
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Metade dos convidados falta
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA Cerca de 400 convidados -menos da metade dos que haviam sido chamados- compareceram ao coquetel de boas-vindas ao presidente Bill Clinton. No salão Brasília, funcionários do Itamaraty e jornalistas ajudaram a preencher espaços vazios do salão.Sob um calor de mais de 30 graus nos salões do Itamaraty, Clinton não recusou sorrisos nem apertos de mão e atendeu ontem ao primeiro pedido do presidente Fernando Henrique Cardoso para escaparem de um dos temas mais polêmicos da visita. Questionado por um jornalista se tentaria convencer FHC a antecipar a criação da Alca (Área de Livre Comércio das Américas) e a abertura do mercado brasileiro aos norte-americanos, Clinton ouviu o apelo do anfitrião: "Diz que não, diz que não", insistiu FHC. O presidente dos EUA deixou a pergunta sem resposta. Clinton não teve como fugir do calor. O presidente norte-americano pediu água a um garçom, da mesma bandeja que servia os convidados. Ruth Cardoso não esperou o fim dos discursos. Tirou um lenço branco da bolsa e tentou conter o suor do rosto. Parte das convidadas seguiu o gesto e aproveitou para retocar a maquiagem ali mesmo, diante dos presidentes. Alguns trechos dos discursos de FHC e Clinton foram abafados pelos gritos de manifestantes, que protestavam do lado de fora. Depois dos discursos, cenas explícitas de tietagem tomaram conta dos salões. Até o cozinheiro da recepção pôde satisfazer a curiosidade de ver o presidente norte-americano. Maria Thomé, que se apresentou como "espiritualista e metafísica", levou uma máquina fotográfica para registrar sua proximidade com Clinton, a quem afirma ter presenteado com cristais "energizados". Além de levar a foto, ela agarrou o presidente pelo braço, pela cintura, até beijá-lo no rosto. Jantar O jantar oferecido a Clinton ontem no Palácio da Alvorada reuniu políticos, empresários e celebridades em geral. Numa mesma mesa, que foi batizada de "Nova York" pelo cerimonial, estavam a roqueira Rita Lee e o ministro Paulo Renato Souza (Educação). Já a atriz Sônia Braga, radicada em Nova York, veio dividir a mesa "Washington" com as primeiras-damas Ruth Cardoso e Hillary Clinton. Por lá também estavam o humorista Jô Soares e o vice-presidente Marco Maciel. Jô sentou ao lado da secretária de Estado norte-americana, Madeleine Albright. A mesa "Miami" reuniu, entre outros, o cestinha Oscar Schmidt e o octogenário economista Roberto Campos -um dos primeiros a chegar ao local. Na fila de cumprimentos, Clinton foi beijado no rosto por Sônia Braga, pela cantora norte-americana Dionne Warwick e por Lúcia Flecha de Lima, mulher do embaixador do Brasil em Washington, Paulo Tarso. A vigilância em volta do local atingiu até o Lago Paranoá. Apesar da organização, uma das limusines do comboio de Clinton quebrou em frente ao Alvorada. Texto Anterior: No Brasil, Clinton fala de futebol, batucada, Portinari e Jorge Amado Próximo Texto: Clinton diz preferir Tom Jobim Índice |
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