São Paulo, terça-feira, 14 de outubro de 1997
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Ex-sem-terra se diz ameaçado de morte por líderes do MST no PR

Movimento nega acusações de participante de invasão

FLÁVIO ARANTES
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA

O ex-sem-terra Joaquim Tobias Neto pediu proteção à Secretaria da Segurança do Paraná e acusa lideranças do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) de ameaçá-lo de morte.
A secretaria determinou a abertura de inquérito para apurar as acusações. Tobias Neto participou da invasão da fazenda Gemar, em Teixeira Soares (PR), em 10 de novembro do ano passado.
Segundo ele, os líderes da invasão trocavam por bebida a comida cedida pelo governo, matavam animais da propriedade invadida e vendiam peças dos tratores da fazenda. Ele acusou ainda o líder do MST Luis Ribas de matar um garoto de 15 anos, que integrava a invasão da fazenda São Joaquim, também em Teixeira Soares.
Segundo Tobias Neto, que tem um sítio, o garoto teria sido morto por causa de uma briga por um pedaço de melancia. Ele diz que, por causa de suas críticas, deixou a invasão há cerca de três meses. Mesmo assim, estaria recebendo cartas com ameaças, além de ter sua casa vigiada por desconhecidos.
Outro Lado
Em nome do MST, o deputado Roque Zimmermann (PT-PR), que também é padre, negou a acusação de homicídio feita por Tobias Neto.
Segundo o deputado, o próprio inquérito policial apontou o desaparecimento do garoto.
O deputado disse que Neto foi expulso da invasão. "Ele se encontrava toda semana com os donos da área. Temos sérias desconfianças de que ele recebia dinheiro dos fazendeiros para fazer esse jogo de leva e traz." O sem-terra Luis Ribas não foi localizado.

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