São Paulo, terça-feira, 14 de outubro de 1997 |
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Polícia vai ouvir Maluf no Frangogate
IGOR GIELOW
É a nova etapa das investigações sobre a venda de 823 toneladas de coxas e sobrecoxas de frango para a Prefeitura de São Paulo entre agosto de 1996 (gestão Maluf) e fevereiro deste ano (gestão Pitta). Em abril, o Ministério Público abriu inquérito para investigar se houve favorecimento no fornecimento porque ele era executado pela A D'Oro, empresa do cunhado de Maluf, Fuad Lutfalla. Além disso, as coxas e sobrecoxas eram retiradas em sua maioria de frangos abatidos pela Obelisco Agropecuária -que pertence à irmã de Lutfalla, a então primeira-dama Sylvia Maluf. Por fim, o Ministério Público também começou a apurar as ligações entre a A D'Oro e a empresa de fachada uruguaia Rineos -que injetou cerca de US$ 7 milhões na A D'Oro entre 1991 e 1996. Esse inquérito está quase pronto para ser finalizado. O promotor Alexandre de Moraes, que o preside, estuda seu encaminhamento. Na polícia, o caso ainda está no começo. O inquérito policial começou em agosto, mas não avançou. Por determinação do procurador-geral de Justiça, Luiz Antonio Marrey, assumiu o caso há duas semanas o delegado Arlindo Orsomarzo, do Departamento Estadual de Polícia do Consumidor. Hoje ele vai a Mogi das Cruzes ouvir o prefeito Waldemar Costa Filho (PL), que era secretário do Abastecimento quando o contrato do frango foi assinado. A diferença entre o inquérito civil do Ministério Público e o policial, aberto a pedido do promotor Carlos Eduardo Fonseca da Matta, é que o primeiro apura as responsabilidades civis dos envolvidos e o último, se houve crime no caso. Até agora, todos os ouvidos negaram qualquer irregularidade. O Frangogate é a segunda investigação sobre Maluf e Pitta no ano. A primeira, ainda em curso na Justiça, apura a emissão irregular de títulos públicos para pagar precatórios (dívidas judiciais) quando Pitta era secretário das Finanças de Maluf. Texto Anterior: Brasil e Argentina simulam ocupação Próximo Texto: Brasileira ganha prêmio em Londres Índice |
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