São Paulo, terça-feira, 14 de outubro de 1997 |
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Polícia é acusada de tortura
ALTINO MACHADO
Comerciantes em Fortaleza, os dois viajaram para Manaus na segunda quinzena de julho para fazer compras na Zona Franca. Eles foram presos em 29 de julho, na loja Paramount, centro da cidade, por três policiais civis do Comando de Operações Especiais (COE). Segundo Marcos Martins, advogado do casal, os policiais disseram ao dono da loja que os dois eram estelionatários. Matos teria sido obrigado pelos policiais a entrar num carro, que teria sido estacionado num posto de gasolina. Escoltada por outro policial, Edileuda teria chegado ao local instantes depois, num carro que o casal havia alugado. Os policiais teriam telefonado e chamado outros cinco homens. Segundo as vítimas, eles foram levados pelos policiais para a sede da Academia de Polícia. Durante mais de oito horas, em salas separadas, permaneceram amarrados com fios, foram espancados, asfixiados com sacos plásticos e, nus, submetidos a choques elétricos. A sessão de tortura só teria terminado quando os dois "confessaram" que eram estelionatários. Edileuda teria sido levada para sacar dinheiro num banco eletrônico. Deliberadamente, teria digitado errado a senha da conta. O casal teria sido obrigado pelos policiais a antecipar para o dia seguinte o retorno a Fortaleza. A investigação da denúncia pela Polícia Federal foi realizada a pedido do procurador da República no Amazonas, Sérgio Lauria. O secretário da Segurança Pública do Amazonas, Klinger Costa, anunciou ontem a extinção do Comando de Operações Especiais (COE) da Polícia Civil, ao qual são ligados os policiais acusados de tortura e sobre o qual pesam acusações de assassinatos e violações dos direitos humanos. "Esse comando vinha criando problemas." Texto Anterior: STJ mantém prisão de ex-policial morto Índice |
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