São Paulo, terça-feira, 14 de outubro de 1997
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Bolsa de SP apóia conselheiro condenado

VANESSA ADACHI
DA REPORTAGEM LOCAL

A Bolsa de Valores de São Paulo divulgou nota oficial no início da noite de ontem apoiando seu ex-presidente e atual conselheiro, Eduardo da Rocha Azevedo.
Azevedo foi condenado a nove anos de prisão no mesmo processo que condenou Naji Nahas.
A nota dizia que "o conselho de administração da Bovespa reunido nesta data hipotecou total solidariedade ao conselheiro Eduardo da Rocha Azevedo".
Segundo a nota da Bolsa, as as decisões tomadas à época por Azevedo, que motivaram a sua condenação, "eram do pleno conhecimento e concordância do conselho da Bovespa".
Os membros da Bovespa disseram ter "total confiança que a verdade dos fatos prevalecerá em relação ao seu atual conselheiro, absolvendo-o tal como já fez a CVM (Comissão de Valores Mobiliários)".
Azevedo é um dos 15 membros do conselho da Bolsa paulista.
Ontem, participantes do mercado tinham dúvidas a respeito de como ficaria a sua posição.
Fim do mandato O mandato de três anos de Azevedo como conselheiro acaba agora em dezembro, juntamente com o do seu atual presidente, Alfredo Riskallah, segundo informações da própria Bolsa.
Dois membros são representantes de companhias abertas, outros dois de investidores pessoa física e dois de investidores institucionais.
Os candidatos às vagas das corretoras têm que ser sócios de alguma corretora.
Eduardo da Rocha Azevedo, 48 anos, é um dos sócios da Corretora Convenção, uma das mais atuantes da Bolsa.
Conhecido nas rodas do mercado financeiro como "coxa", Azevedo ocupou a presidência da Bovespa por diversos mandatos seguido. Foi também presidente da Bolsa Mercantil e de Futuros.
Entre suas atividades fora do circuito financeiro, Azevedo foi eleito, em 1988, vice-presidente da Bienal de São Paulo, quando ainda era presidente da Bovespa. Em 1990, candidatou-se a deputado federal.
Entre final do ano passado e início deste, Azevedo viveu uma das épocas de maior frequência nas páginas dos jornais do país (perdendo para o período em que estourou o caso Nahas).
Corintiano roxo, ele integrou, juntamente com o economista Ibrahim Eris, o GAP, grupo que dava assessoria à presidência do Corinthians.
Depois de trazer o patrocínio do Banco Excel para o clube, o GAP foi desfeito em função de desavenças com o próprio banco.

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