São Paulo, terça-feira, 14 de outubro de 1997
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Entenda o conflito na Irlanda do Norte

IRINEU MACHADO
DE LONDRES

O último encontro entre um primeiro-ministro britânico e um líder do partido republicano Sinn Fein, em 1921, foi o que selou a divisão da Irlanda.
O então primeiro-ministro Lloyd George (Partido Liberal) se encontrou naquele ano com Michael Collins, o fundador do IRA (sigla para Exército Republicano Irlandês, grupo que reivindica a independência da Província do Ulster, a Irlanda do Norte).
No encontro, eles assinaram o Tratado Anglo-Irlandês, que formalizou a independência da República da Irlanda e a manutenção do território da Irlanda do Norte sob o domínio do Reino Unido.
Por trás da disputa política que permeia o conflito entre republicanos e unionistas, há também um cunho religioso.
Aproximadamente 58% da população da Irlanda do Norte é formada por protestantes, favoráveis à manutenção da Província sob domínio do Reino Unido. Os outros 42% são católicos romanos, de tendência republicana.
Protestos católicos
A minoria católica se sentia historicamente discriminada nos campos sociais e políticos locais e na década de 60 iniciou uma campanha com uma série de protestos.
A reação do governo unionista causou vários conflitos até que em agosto de 1969 o Exército britânico foi acionado para manter a paz. O Exército passou a ser atacado pelo IRA a partir de 1970, ao mesmo tempo que surgiam grupos paramilitares unionistas.
Mais de 3.000 pessoas morreram nos conflitos e atos terroristas dos grupos. Diversos atos políticos e reuniões políticas nas décadas de 70 e 80 não foram suficientes para conter a violência.
Em 1993, no governo do conservador John Major, uma medida do governo iniciou as conversações de paz e levou a um cessar-fogo dos grupos paramilitares. Entretanto, o IRA se recusou a entregar as armas e o cessar-fogo foi interrompido depois de 17 meses -em fevereiro do ano passado, a guerrilha explodiu uma bomba no centro financeiro de Londres, deixando dois mortos e cem feridos.
Major suspendera as negociações de paz, retomando-as em junho de 1996, sem a participação do Sinn Fein.
(IM)

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