São Paulo, quarta-feira, 15 de outubro de 1997
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Clinton "lamenta" as críticas ao Brasil

'Nenhum brasileiro ficou mais aborrecido que eu'

DO ENVIADO ESPECIAL A BRASÍLIA

Na entrevista coletiva no jardim do Palácio do Alvorada, sob sol a pino, calor de 33 graus Celsius e ao lado de seu colega Fernando Henrique Cardoso, Bill Clinton tentou pôr fim à indignação de muitos brasileiros contra os EUA manifestada nos últimos dias.
"Nenhum brasileiro se sentiu mais aborrecido do que eu", disse Clinton sobre o o documento que o Departamento do Comércio de seu governo pôs à disposição do público na Internet com informações sobre condições de negócios em outros países. No capítulo do Brasil, se refere à existência de "corrupção endêmica" aqui.
Para o presidente dos EUA, isso foi "terrível". A referência é "errada, foi rejeitada e retirada do texto". Clinton disse só ter tomado conhecimento dela após ter sido posta no ar na Internet. "Eu lamento muito, mas às vezes esse tipo de coisa acontece. Pode acontecer até mesmo no Brasil."
Sobre as queixas contra o seu serviço de segurança, Clinton disse que elas são comuns, mesmo nos EUA. "Para muitos, a segurança do presidente dos EUA é vista como muito dura e inflexível".
Ele alegou desconhecer fatos específicos na visita ao Brasil, disse que a orientação que dá a seus agentes é que sejam flexíveis e razoáveis mas pediu compreensão do público brasileiro para a necessidade de se garantir a proteção física do presidente dos EUA.
FHC também pediu compreensão. Disse que no Brasil nunca enfrentou problemas como os EUA nessa área e que aqui o presidente pode se locomover com menos preocupações de segurança.
Quatro presidentes dos EUA foram assassinados em sua história e outros dois, Gerald Ford e Ronald Reagan, sofreram atentados.
A segurança de Clinton foi reforçada depois do aumento do número de atentados terroristas em várias partes do mundo nos últimos anos, inclusive nos EUA.
FHC estava em Washington quando ocorreu o pior atentado terrorista da história dos EUA, em Oklahoma City, onde morreram 168 pessoas e 500 ficaram feridas.
O atentado de Oklahoma City fez com que a avenida Pensilvânia, onde se localiza a Casa Branca, tivesse seu trânsito impedido na quadra da sede do governo dos EUA e casa oficial do presidente.
Durante o governo Clinton, duas pessoas atiraram contra a Casa Branca da calçada e outra se arremessou dentro de um avião contra o prédio e morreu.

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