São Paulo, quarta-feira, 15 de outubro de 1997
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Unifesp avalia efeito de plantas em idosos

DA REPORTAGEM LOCAL

Uma equipe da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) está começando a estudar os efeitos de plantas brasileiras na disposição e capacidade de memória de pessoas idosas.
A primeira pesquisa tentará avaliar uma planta nativa conhecida como "ginseng brasileiro", ou "curatudo". Homens com idade entre 55 e 70 anos estão sendo convidados a participar da pesquisa, que é coordenada pelo Departamento de Psicobiologia da Unifesp.
Elisaldo Carlini, professor de psicofarmacologia, diz que se trata do primeiro estudo de plantas nativas com os chamados efeitos "adaptógenos" e "resistógenos". Isto é, plantas com capacidade de ajudar o organismo a adaptar-se e resistir a mudanças ambientais importantes, como frio ou calor intenso.
Segundo Carlini, esses dois conceitos -de adaptação e resistência- vêm sendo estudados e aplicados há cerca de 30 anos na farmacologia e terapêutica de países da ex-URSS e asiáticos, como o Japão e a Coréia.
O ginseng oriental e a planta eleutherococcus, por exemplo, são utilizados no preparo e treinamento de astronautas russos, que são submetidos a bruscas mudanças ambientais.
O que já se constatou é que a aplicação dessas drogas de forma aguda e concentrada não faz efeito algum. Os resultados no organismo só apareceram em aplicações crônicas, ao longo do tempo.
A pesquisa da Unifesp pretende avaliar os efeitos das plantas na disposição, qualidade de vida e cognição de pessoas idosas. "A crença popular diz que o 'curatudo' melhora a memória e fortalece o organismo", diz Carlini. "Queremos avaliar cientificamente os efeitos dessa e de outras plantas nas aptidões físicas e psicológicas das pessoas", afirma.
Na primeira fase, o estudo será limitado aos homens. Os candidatos passarão por uma bateria de exames -sangue, urina, eletrocardiograma e testes respiratórios- e serão monitorados.

Informações pelo telefone (011) 539-0155, ramal 163, ou fax (011) 5084-2793

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