São Paulo, quarta-feira, 15 de outubro de 1997 |
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Brasileiros exibem curtas no México
LEONARDO CRUZ
Desde quarta-feira passada, foram exibidos 152 curtas-metragens, de 21 países, em um apanhado geral do que está sendo produzido atualmente por estudantes do mundo todo. O Brasil participou da competição com 16 trabalhos (4 vídeos, 11 películas e 1 vídeo-instalação). São obras de alunos da ECA-USP, Unicamp, Faap e UFF (Universidade Federal Fluminense). Segundo Andrea Stavenhagen, diretora do evento, foi a maior participação brasileira no história do festival. "Nós sempre tivemos filmes brasileiros, mas nunca um número tão grande", afirma. Além disso, três estudantes brasileiros foram à Cidade do México acompanhar as exibições. João Carlos Lemos e Róger Carlomagno, alunos do 6º semestre de cinema na Faap, levaram seu primeiro filme, o vídeo "Grupo Armado Revolucionário do Menino Jesus". Para João Carlos Lemos, a presença no festival foi bastante positiva. "Meu filme foi exibido na última quinta e o cinema estava cheio", afirma. "Em média, o público das sessões variou entre 250 e 300 espectadores, e a divulgação na cidade foi grande." Completando o trio de brasileiros está Alessandra Meleiro, aluna de pós-graduação da Unicamp, responsável pela vídeo-instalação "Loucos São os Outros". As próprias escolas escolheram os trabalhos que participariam da competição. A única limitação era o tempo: cada universidade poderia mandar, no máximo, um total de 45 minutos de filmagens. "Isso facilita o nosso trabalho e dá oportunidade para mostrarmos filmes do mundo todo", explica Andrea Stavenhagen. "Uma Casa Muito Engraçada", de Toshie Nishio, aluna do 8º semestre de cinema da UFF, é um bom exemplo do que foi apresentado no México. "Filmamos com orçamento baixíssimo e material da própria universidade, para uma disciplina do curso", diz Nishio. A participação brasileira no México não ficou limitada aos filmes de estudantes. Foi apresentada, em três sessões, uma seleção de oito curtas brasileiros produzidos nos últimos dez anos, entre os quais estão "Amor", de José Roberto Torero, e "Geraldo Voador", de Bruno Vianna. A organizadora da seleção, Zita Carvalhosa, que está na Cidade do México, diz que "essa coletânea busca mostrar ao público mexicano um pouco da história dos curtas brasileiros nesses dez anos". Carvalhosa afirma ainda que os filmes brasileiros em competição foram muito bem recebidos. "A Língua do Cão, de Sabina Anzuategui, fez bastante sucesso." No total, a mostra competitiva, cujos vencedores serão anunciados hoje, foi dividida em sete categorias. Para os curtas realizados em película serão entregues prêmios de melhor ficção, melhor documentário e melhor animação. Já os vídeos têm, além dessas três categorias, uma quarta premiação: melhor experimental. Os três ganhadores em película receberão um troféu, uma câmera de vídeo e cerca de 600 metros em negativo de 16 mm (suficiente para filmar durante 50 minutos). Os vencedores em vídeo levam uma câmera e um troféu. Texto Anterior: Extravio prejudica o país em Los Angeles Próximo Texto: O Brasil no festival Índice |
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