São Paulo, quarta-feira, 15 de outubro de 1997
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Rio Cena investe em medalhões do teatro

DANIELA ROCHA
ENVIADA ESPECIAL AO RIO DE JANEIRO

O Rio Cena Contemporânea, festival internacional de artes cênicas do Rio de Janeiro, preferiu fazer duas estréias de diretores renomados e investir na vinda de estrangeiros a lançar diretores novatos do teatro brasileiro em sua segunda edição. Ao todo, são seis peças e uma leitura brasileira contra nove estrangeiros no 2º Rio Cena Contemporânea.
Entre os brasileiros, estão na programação este ano os consagrados Gabriel Villela, com a estréia de "Morte e Vida Severina", na sexta-feira, e Hamilton Vaz Pereira, que estreou ontem "Uiva e Vocifera". Além deles, a lista conta com o premiado Rubens Rusche, que trouxe ao festival "Fim de Jogo" para as suas últimas apresentações (a peça estreou há mais de um ano), Eduardo Moreira, do Galpão, com "Um Molière Imaginário", e o mais novo deles, Marco Antonio Brás, que traz ao Rio o seu primeiro trabalho de sucesso, "Perdoa-me por me Traíres", que tem dois anos.
"O Rio Cena apostou em diretores que já fizeram montagens ousadas e que hoje continuam intelectualmente nervosos para fazerem mais. Mas também levamos em consideração que montagens feitas em outras praças são novas aqui, como a do Marco Antonio Brás, por exemplo", afirmou o diretor do festival, Fábio Ferreira.
O Rio Cena vive a responsabilidade de integrar o público carioca -"O teatro tem que sair do gueto", disse Ferreira- e, ao mesmo tempo, apostar em artistas. "É muito mais fácil a programação se tornar um fiasco dessa forma, mas é um risco que assumimos em vez de chamar para o festival grupos que sabemos que seriam sucesso garantido, mas que participaram da edição anterior."
O diretor do festival optou por armar parcerias com outros festivais, como o de Buenos Aires e o de Belo Horizonte (FIT). Assim, o custo da vinda dos estrangeiros é reduzido. "Não faço contrato de exclusividade com os artistas, pelo contrário, tenho interesse em que eles se apresentem em vários locais diferentes do Brasil e da América, incluindo o Rio. Contrato de exclusividade é egoísmo com o público", disse Ferreira.
O festival deste ano está sendo realizado com menos da metade dos recursos usados no ano passado. A verba em 97 caiu de R$ 1,6 milhão para R$ 700 mil, o que provocou redução do número de peças e uma temporada mais curta.

A jornalista Daniela Rocha viajou ao Rio de Janeiro a convite da organização do festival

Texto Anterior: CLIPE
Próximo Texto: 'Epizoo' junta interatividade e crueldade
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.