São Paulo, quinta-feira, 16 de outubro de 1997
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Presente eleitoral; Calendário de ocasião; Versão governista; Caminho longo; Guerra por cargos; Paz provisória; Gota no oceano; Contra-informação; Me engana que eu gosto; Na marca do pênalti; Terreno fértil; Rei morto, rei posto; Conservador de esquerda; Exemplo de cima; Homenagem póstuma

Presente eleitoral
O governo promete aos parlamentares executar 100% das emendas individuais ao Orçamento de 98 até o dia 30 de junho. O valor pode chegar a R$ 891 mi (R$ 1,5 mi por cabeça). Condição: aprovar o Orçamento de R$ 437 bi como FHC quer.

Calendário de ocasião
Até setembro deste ano foram executadas menos de 5% das emendas individuais ao Orçamento. "FHC só se lembra de adoçar a boca dos parlamentares de 4 em 4 anos. A última vez foi em 93, quando ainda era ministro", diz Paulo Bernardo (PT).

Versão governista
O vice-líder, Arnaldo Madeira (PSDB-SP), diz que o que o governo quer é um Orçamento equilibrado. "As emendas de parlamentares não têm sido executadas porque a receita foi superestimada nos últimos anos."

Caminho longo
Michel Temer decidiu que, aprovada no Senado, a emenda da reforma da Previdência vai recomeçar a tramitar do zero na Câmara. Discordou de ACM, que queria que ela fosse votada diretamente no plenário.

Guerra por cargos
Evacuaram às pressas ontem o prédio do DNER em Brasília após denúncia de bomba no gabinete do diretor-geral, Maurício Borges, indicado por Newton Cardoso (PMDB). Querem tirar o cidadão do cargo à força.

Paz provisória
Após seis meses sem se falar, Raul Jungmann (Política Fundiária) e Everardo Maciel (Receita Federal) anunciam hoje o envio de 3,6 mi de notificações do ITR. Mas ainda divergem sobre a fiscalização do imposto.

Gota no oceano
Ruth Cardoso comemora o sucesso do Alfabetização Solidária, programa que terá ensinado o bê-á-bá a 40 mil pessoas até o fim de 97. Resta saber quando a proposta deixará de ser um projeto-piloto para ser nacional.

Contra-informação
Malufistas divulgam versão que lhes interessa sobre o recente jantar de FHC e Covas. Os dois teriam discutido a candidatura de Covas ao Senado em 98 e sua futura ida para um ministério.

Me engana que eu gosto
Ciro e Roberto Freire, do PPS, saíram otimistas da conversa que tiveram ontem com Arraes (PSB) sobre a frente de oposição. Razão: em seguida, Arraes mandou o neto Eduardo Campos a um almoço das esquerdas.

Na marca do pênalti
O governo adiou para o dia 29 a votação da reforma administrativa. Motivo: o medo de que deputados com mais de uma aposentadoria derrubem todo o projeto, que no primeiro turno passou por apenas um voto.

Terreno fértil
A Receita começou operação especial de fiscalização sobre todas as madeireiras de capital estrangeiro, entre elas as asiáticas.

Rei morto, rei posto
O embaixador Jorge Bornhausen, que perdeu uma indicação para a Anatel e que pode emplacar um nome na Aneel, está de malas prontas para deixar Lisboa. Até dezembro. O ministro Marcos Vilaça (TCU) está em campanha para substituí-lo.

Conservador de esquerda
De Mário "Jacaré" Ladeira, do MMM (Movimento Machão Mineiro), sobre João Pedro Stedile (MST) dizer que a sem-terra Débora Rodrigues, que posou nua, "caiu para a prostituição": "Macho que é macho não tem medo de mulher pelada".

Exemplo de cima
FHC e Sérgio Motta (Comunicações), sócios de uma fazenda em Minas Gerais, devem ser o primeiros proprietários rurais a declarar o ITR, cujo prazo vence em dezembro. Pelo menos é o que se espera no Incra.

Homenagem póstuma
Covas (PSDB-SP) dará o nome de rodovia Ulysses Guimarães ao trecho que está sendo duplicado de Rio Claro a Piracicaba.

E-mail: painel@uol.com.br

TIROTEIO
Do deputado Gonzaga Motta (PMDB-CE), sobre a divisão de seu partido entre os que defendem candidatura própria à Presidência e os que preferem se aliar a FHC:
- Os dois estão errados. Antes de falar se adere ou se lança nome próprio, o PMDB deveria dizer o que quer para o país. Sem um programa na frente, não há como justificar qualquer decisão para o eleitor.

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