São Paulo, quinta-feira, 16 de outubro de 1997 |
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Repórteres furam esquema de segurança do presidente dos EUA ROGÉRIO PANDA ROBERTO COSSO; ROGÉRIO PANDA
A reportagem da "Folha da Tarde" rompeu o esquema de segurança de Bill Clinton e circulou por áreas reservadas à comitiva presidencial no hotel Sheraton Mofarrej, ontem pela manhã. A reportagem chegou às 7h em um táxi. Dirigiu-se aos elevadores sem ser interpelada pela segurança, apesar de não estar hospedada no hotel. Transitou livremente durante três horas e entrou quatro vezes nas áreas de acesso restrito à comitiva presidencial. Os repórteres só deixaram o hotel às 10h -50 minutos após a saída de Bill Clinton. Às 8h22, depois de passar pelo 1º e 2º subsolos, a reportagem subiu ao 18º andar, onde foi barrada por seguranças e obrigada a descer. Os seguranças levaram seis minutos para perceber a reportagem no local, que fica a poucos metros da garagem que seria usada por Clinton 15 minutos depois. Os repórteres foram expulsos por não estarem portando broche de identificação na lapela. Ao chegar pela terceira vez ao 1º subsolo, a reportagem cruzou com o embaixador do Brasil em Washington, Paulo Tarso Flecha de Lima, que estava tendo problemas para subir uma escada por estar em cadeira de rodas, que utiliza depois da hemorragia cerebral que sofreu em agosto de 1995. Um dos seguranças que acompanharam a expulsão do 2º subsolo, minutos antes, manteve os repórteres sob vigilância. Mas uma visita a uma joalheria dentro do hotel foi suficiente para despistá-lo. Os repórteres, então, tomaram o elevador para o 18º andar, onde estavam hospedados os membros da comitiva mais próximos de Clinton, como secretários de Estado, parlamentares e embaixadores. Apesar de ter sido barrada na primeira tentativa, a reportagem circulou livremente durante dois minutos pelo andar, quando foi obrigada a descer. Os repórteres permaneceram meia hora no saguão até deixarem o hotel às 10h. O presidente Bill Clinton estava hospedado no 22º andar, no único apartamento do andar -uma suíte presidencial de 750 m2. Um dos quatro elevadores ficou no 22º andar durante todo o tempo em que Clinton esteve hospedado. Era o único a dar acesso à garagem por onde o presidente entrou e saiu. Estava programado para não parar nos demais andares. O gerente-geral do Sheraton Mafarrej, Jad Shor, disse que a visita de não-hóspedes aos andares de apartamentos é irregular. Segundo ele, a responsabilidade pela segurança era dos agentes da Casa Branca. Os responsáveis não foram achados pela "FT". Texto Anterior: Ato com bananas acaba em prisão Próximo Texto: Secretária que veta carne brasileira nos EUA vai a churrascaria em SP Índice |
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