São Paulo, quinta-feira, 16 de outubro de 1997 |
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Hillary se sente à vontade em visita a escola pública
CLÁUDIA TREVISAN
"Vamos!" "Vocês vão frequentar a escola e aprender o máximo possível?" "Vamos!" Foi nesse clima de programa de auditório com toques educacionais que a primeira-dama dos Estados Unidos, Hillary Clinton, encerrou ontem sua visita a uma escola estadual em São Paulo. Acostumada a falar em público e a enfrentar perguntas embaraçosas de repórteres, Hillary deu sinais de estar extremamente à vontade entre cerca de 500 alunos de 1º e 2º graus da Escola Antônio Manoel Alves de Lima (zona sul). E mostrou que desenvolveu a arte de cativar o público: elogiou os alunos, a escola e o Brasil, reclamou da brevidade da visita e disse que quer voltar ao país. "Eu sinto como se tivesse comido só a entrada de um jantar muito bom, sem ficar para o prato principal. Espero voltar, e ter o jantar inteiro", afirmou, quando perguntada por que a visita -de três dias- era tão curta. A primeira-dama dos EUA foi à escola conhecer um programa de reforço do aprendizado de português e matemática criado em parceria com 82 empresas ligadas à Câmara Americana de Comércio. Improviso Hillary falou em pé e de improviso e estimulou as crianças a fazerem perguntas. Levava o microfone até cada uma delas e, depois de ouvir a tradução, respondia. Keithi Oliveira Scaroni, 8, foi a primeira voluntária e fez mais uma exibição do que uma pergunta. "Eu sei contar até 20." E contou. Depois, Hillary respondeu questões sobre suas impressões do Brasil, o sistema de ensino dos Estados Unidos e, a última, sobre por que a viagem era tão curta. "Eu gostaria que você falasse com as pessoas encarregadas da programação do meu marido e perguntasse a elas", sugeriu Hillary a Robson Silva Almeida, 8, autor da pergunta, antes de fazer a brincadeira descrita acima sobre a entrada e o jantar. "Pop star" No fim, a primeira-dama recebeu aplausos e se dirigiu aos alunos, que passaram a assediá-la quase como a uma "pop star". Hillary distribuiu apertos de mão, beijos e abraços e deixou a escola sob gritos e assobios. Antes de sair, ouviu um jogral com o texto "Estatutos do Homem", de Thiago de Mello, e a apresentação de um coral, que cantou três músicas. O programa ainda teve discursos de Lila Covas, primeira-dama de São Paulo, de Rose Neubauer, secretária estadual da Educação, e de Silvio Tichauer, diretor do Instituto Qualidade no Ensino, que coordena o programa. Também falaram uma professora (Célia Ferreira dos Santos), a mãe de um aluno (Teresinha Kokura da Silva) e dois alunos (Miriam Aparecida Fidelis e Frederico Moreira Guimarães). Texto Anterior: Secretária que veta carne brasileira nos EUA vai a churrascaria em SP Próximo Texto: Discurso de Clinton em São Paulo enfatiza cooperação econômica Índice |
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