São Paulo, quinta-feira, 16 de outubro de 1997
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Serviço Secreto teme gases e atiradores

CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA

em São Paulo
Bryan Frey é um pacato cidadão que vive em Bethesda, uma próspera cidade de classe média alta nos subúrbios da capital dos EUA.
No dia 14 de dezembro de 1996, um sábado, ele foi visitar um amigo em Washington. Parou seu carro na rua 16, entre as ruas Church e P. Cauteloso, certificou-se de que aquele era lugar permitido para estacionar.
Passou a noite na casa do amigo. No domingo à tarde, quando foi pegar seu carro, não o encontrou.
Supôs que tivesse sido roubado. Foi à polícia e descobriu que não. Tinha sido guinchado. Por quê? Porque naquela quadra fica a igreja metodista que o presidente Bill Clinton costuma frequentar aos domingos.
O Serviço Secreto "limpa" as ruas próximas aos lugares por onde o presidente passa, mesmo os que pareçam mais pacíficos e ordeiros, como vizinhança de igreja.
Questões de segurança relativas ao presidente dos EUA são levadas extremamente a sério pelo Serviço Secreto, que foi encarregado de proteger sua vida depois de William McKinley ser assassinado em 1901, em Buffalo, Nova York.
Ao nível da paranóia completa, muitos acham. Por exemplo: há pelo menos um agente em todas as salas em que o presidente está, exceto na parte doméstica da Casa Branca.
É comum testar o ar de ambientes fechados para se ter certeza de que não há gases venenosos. Em qualquer cerimônia pública, todas as pessoas presentes têm de passar por detectores de metais.
Há 1.800 agentes no Serviço Secreto que podem ser usados para proteger o presidente. Pelo menos 70 são mobilizados para qualquer aparição pública dele. As medidas são rigorosas nos Estados Unidos ou fora.
O Serviço Secreto foi criado por uma lei assinada pelo presidente Abraham Lincoln no dia em que ele foi morto, 14 de abril de 1865, quando estava acompanhado de apenas um policial no momento em que seu assassino o atingiu no teatro Ford.
Desde a morte de John Kennedy, em 1963, virou rotina checar todos os locais de onde um atirador possa atingir o carro do presidente em seu trajeto.
Depois do atentado contra Ronald Reagan, em 1981, os presidentes não têm mais podido passar por multidões em entradas de hotéis ou auditórios. Em 1995, a avenida Pensilvânia, onde está a Casa Branca, foi fechada ao trânsito na quadra da sede do governo.
Intimidade revelada
As relações entre Bill Clinton e o Serviço Secreto foram difíceis no início do governo. Clinton costumava se rebelar contra a orientação de seus agentes. Ele gosta de gente e de sentir pessoas em torno de si, situação que é o pior pesadelo dos agentes.
A indisposição entre Clinton e seguranças aumentou depois que jornais publicaram histórias sobre a intimidade do casal Clinton supostamente contadas por agentes do Serviço Secreto. Tais histórias nunca foram confirmadas ou desmentidas pela Casa Branca.

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