São Paulo, quinta-feira, 16 de outubro de 1997
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"Ou Tudo ou Nada" é tudo

SÉRGIO DÁVILA
EDITOR DA ILUSTRADA

Dois filmes feitos em 97 são pré-requisito para a mulher que quer entender a essência dos homens: um é o americano "In The Company of Men", que foi exibido com sucesso no circuito alternativo de Cannes, estreou fazendo barulho nos EUA e, atração da Mostra Rio, continua sem exibidor no Brasil.
O outro é "Ou Tudo ou Nada" ("The Full Monty"), produção britânica dirigida por Peter Cattaneo que será apresentada na 21ª Mostra.
É a história de um bando de marmanjos desengonçados e sem perspectiva, que vive numa cidade do interior da Inglaterra (Sheffield) e se une meio por acaso, meio por destino, em torno de um objetivo: montar um espetáculo de striptease masculino para ganhar dinheiro.
O autor da idéia-motivo é Gaz (o ótimo Robert Carlyle, o psicopata Begbie de "Trainspotting"), desempregado e pressionado pela ex-mulher a sair da inércia para manter o direito de ver o filho.
O personagem reinventa o conceito de cafajeste e vai atraindo tipos para sua empreitada: o gordinho assexuado, o coroa desiludido.
Espécie de "O Incrível Exército de Brancaleone" dos anos 90, com menos histrionice, mas igualmente engraçado e pungente, o filme foi saudado pela crítica local como o marco zero do renascimento da comédia britânica. Não é exagero.
(O "full monty" do título é gíria britânica para "nu frontal", que é o que Gaz promete como diferencial de seu show. Cumprirá?)

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